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Projeto PancPop fortalece laços com agroindústria familiar em Santa Catarina em prol da expansão das Panc

Além de ampliar a comercialização das Panc, iniciativa promove a autonomia dos agricultores locais

Foto: Acervo PancPop

Na última sexta-feira, 30, o projeto de extensão PancPop da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), coordenado pela professora Jaqueline Durigon no campus FURG-SLS, e com o apoio do professor Carlos Alberto Seifert, participou de uma atividade no Sítio Flora Bioativas, em Porto Belo, Santa Catarina. A atividade contou com a presença de quatro agricultores, dois docentes, uma técnica, quatro estudantes de graduação e três de pós-graduação.

A ideia da visita foi promover uma parceria entre os agricultores de São Lourenço do Sul, que estão desenvolvendo áreas experimentais no município, e a agroindústria familiar de Porto Belo, com o intuito de direcionar uma parte da produção agrícola de São Lourenço do Sul  para o processamento e formulação de farinhas e outros produtos bioativos, que serão comercializados em Santa Catarina.

“Essa parceria vem sendo fortalecida, principalmente desde o HortPanc. Já tínhamos contato com a Noeli (fundadora do sítio), mas à medida que ela conheceu nosso trabalho, ficou bastante entusiasmada. Como somos uma Universidade sem fins lucrativos, nosso papel é mediar a relação com esses agricultores e camponeses que enxergam a agroecologia não apenas como uma forma de cultivo, mas como um modo de vida”, explicou Carlos.

A visita permitiu que os agricultores e estudantes conhecessem de perto a experiência da agroindústria do sítio, envolvendo o trabalho de Noeli, que lidera o processo. Além de aprender sobre os sistemas de cultivo e as espécies cultivadas, também foram apresentados manejos específicos para as finalidades da agroindústria.

Conforme informações do professor, o projeto não tem a intenção de substituir as redes locais, mas abrir novos canais e possibilidades de comercialização para esses agricultores, como uma forma de promover a autonomia deles e demonstrar uma perspectiva da ação extensionista do PancPop.

“À medida que se envolvem com o projeto, eles ganham autonomia para conduzir negociações e articulações, com nosso apoio contínuo. A nossa prioridade é sempre o mercado local. Precisamos fortalecer as redes locais, pois elas envolvem um comércio mais justo. Por isso, priorizamos as feiras e trabalhamos para ampliar nosso escopo, realizando formações também fora de São Lourenço, para que outros locais também estabeleçam suas redes justas. Mas também entendemos que temos potenciais produtivos que outras regiões talvez não tenham para determinadas espécies, o que pode ser interessante para a produção e comercialização”, afirmou o professor Seifert.

A atividade também permitiu a projeção de como as técnicas de produção observadas no sítio poderiam ser adaptadas às realidades locais dos agricultores. Além disso, foram analisados os impactos das condições climáticas e dos fatores ambientais, como umidade e precipitação, na produção em suas regiões, e discutidos possíveis ajustes nos métodos para melhor adequar a produção local.

“Os participantes não estão interessados apenas na venda, mas também na produção para autoconsumo. Isso é muito importante. Quando discutimos a alimentação no interior, muitas pessoas vinculadas a sistemas convencionais de cultivo, como o fumo e a soja, acabam abrindo mão de ter uma horta, comprometendo sua alimentação e muitas vezes recorrendo a ultraprocessados no mercado”, destacou Carlos.

Por fim, o professor compartilhou que a interação ainda proporcionou aprendizados para os professores, técnica e pesquisadores presentes, destacando a importância do intercâmbio entre o conhecimento técnico e os saberes populares, além do entendimento sobre o uso tradicional das Panc, tanto na alimentação quanto na medicina.

 

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Além de ampliar a comercialização das Panc, iniciativa promove a autonomia dos agricultores locais

Acervo PancPop