Dando sequência à série de ações de popularização das Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc) junto a agricultores e agricultoras de São Lourenço do Sul, o projeto de extensão universitária Pancpop, vinculado à FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) distribuiu mudas a parceiros no último sábado, 17.
A ação aconteceu durante a manhã na Feira Livre Municipal, na Praça Central Dedê Serpa, e consiste em um dos passos do Pancpop na construção de um banco comunitário de mudas e sementes Panc em São Lourenço do Sul.
Na oportunidade, foram entregues exemplares de mandioquinha, também conhecida como batata-baroa, a feirantes agroecológicos do município e outros agricultores urbanos e rurais que são parceiros do projeto. Da mesma, foram disponibilizadas mudas à Casa do Estudante Universitário (CEU) da FURG-SLS e à equipe responsável pela elaboração de uma horta Panc no prédio 5 do campus, novo espaço da universidade localizado na praia da Barrinha.
O agricultor agroecológico Silmar Fisher foi uma das pessoas que recebeu as mudas e, com entusiasmo, conta que espera cuidar corretamente o tubérculo. “Uma vez eu já tive há muitos anos e produzia, mas era branca. Essa é diferente. Quero caprichar”, afirma.
Parceria com a Embrapa Hortaliças
Coordenadora do Pancpop, a professora Jaqueline Durigon destaca que a mandioquinha exige um preparo específico das mudas antes de irem para terra. O manejo correto foi aprendido por ela com o pesquisador Nuno Madeira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) - Unidade Hortaliças, durante o dia de campo do 5° Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais (Hortpanc), no qual Jaqueline participou também como palestrante.
Quando retornou do evento, a docente trouxe para São Lourenço do Sul material suficiente para estruturação de novas mudas e realizou oficinas de formação com estudantes de Agroecologia para repassar as informações obtidas. A partir da compreensão das técnicas necessárias, os estudantes realizaram a pré-brotação de mudas antes que elas fossem disponibilizadas aos agricultores e agricultoras.
“Isso é uma forma da gente facilitar o trabalho do agricultor e da agricultora. Eles já têm muitas dinâmicas de trabalho nas propriedades, e muitas vezes não conseguem inserir uma cultura nova, uma espécie nova ou uma planta que eles não tinham ainda, por todo esse trabalho a mais que gera uma planta que não é da dinâmica atual deles de cultivo. Então nós buscamos as informações, os estudantes aplicaram as técnicas e a gente doou as mudas” explica Jaqueline, contando que também foram entregues aos agricultores e agricultoras cópias de um documento técnico de orientação disponibilizado pela Embrapa.
Parte das pessoas que ganharam as mudas também tiveram um momento de formação online com Nuno Madeira, em uma reunião virtual viabilizada pelo Pancpop em outubro. Os presentes receberam informações de como realizar o preparo, o plantio e a colheita da mandioquinha e de outras três espécies (cará-moela, também chamado de batata do ar; mangarito e inhame-chinês).
Agora, Jaqueline conta que ela, junto dos estudantes que participaram do processo e do pesquisador Nuno Madeira irão compor uma equipe de acompanhamento das famílias. Pelo whatsapp, todos que receberam poderão enviar registros fotográficos dos estágios em que a mandioquinha se encontra, e receberão orientações para o melhor desenvolvimento das plantas. “É super bacana, já que envolve ações de ensino, de pesquisa, de extensão, numa mesma atividade”, ressalta a docente.
