Estudantes e docentes da FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) estiveram em Pelotas, no dia 7 de dezembro, participando do 18º Dia de Campo da Agroecologia e Produção Orgânica promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Clima Temperado, na Estação Experimental Cascata.
Discussões voltadas à produção agroecológica foram divididas em quatro estações temáticas: 1) Serviços ambientais; 2) Agrossociabilidade; 3) Sistemas de produção biodiversos, e 4) Insumos para agricultura sustentável. Além disso, atividades como a 2ª Feira da Agroecologia, a 1ª Ciranda Agroecológica, a Mostra Cultural de Arte e Dança e a Reunião Regional de Organizações de Controle Social foram realizadas simultaneamente ao longo do dia.
Na abertura do evento, o diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon, ressaltou o papel da Agroecologia em um contexto de transição alimentar, no qual grande parcela da população vive com algum nível de insegurança nutricional; de transição energética, no qual a agricultura tem um papel fundamental; de transição climática, que exige atenção aos sistemas de produção da agricultura; e de transição digital, considerando a transformação gerada por ferramentas tecnológicas. “Celebrar esse Dia de Campo em uma estação que é emblemática para a história da pesquisa agropecuária nacional é celebrar a vida, e a Agroecologia é vida”.
Apoiadora da iniciativa, a FURG-SLS foi uma das expositoras da Feira da Agroecologia, distribuindo materiais institucionais e apresentando os seus cursos; e o Coletivo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Entomologia Aplicada à Agroecologia da universidade foi responsável por promover uma dinâmica sobre a importância dos insetos para o meio ambiente para crianças da zona urbana e rural da região, na Ciranda Agroecológica. Estudantes do campus lourenciano, que também integram o grupo de Capoeira Filhos da Roda, realizaram apresentações na Mostra Cultural de Arte e Dança.
O diretor da FURG-SLS, Eduardo Vogelmann, destaca que o Dia de Campo é um evento referência para a Agroecologia no Sul do Estado. “Participarmos é extremamente importante pela visibilidade, por poder mostrar para a comunidade e os visitantes um pouco dos nossos cursos, dos nossos projetos, das atividades que a gente faz no campus e de eventos que serão realizados”, afirma. Eduardo também diz que a presença da FURG-SLS oportuniza o diálogo entre os presentes. “É importante para fazermos contato com outras pessoas, conhecendo aqueles que se interessam pelos mesmos temas”.
Para o estudante de Agroecologia, Arisandro Mendes, é necessário que a universidade esteja inserida em espaços que contribuam e fomentem a produção agroecológica, principalmente em momento em que a crise climática se evidencia. “Estamos entrando em uma era em que muitos eventos climáticos intensos estão acontecendo e isso está relacionado com o manejo agrícola, que há muitos anos não é o correto, em sua maior parte, porque não respeita as dinâmicas da Terra. A universidade e as instituições de pesquisa têm que se aliar com os agricultores e com os povos tradicionais na Agroecologia, possibilitando que alimentos sejam produzidos sem deixar o solo descoberto, sem colocar veneno, sem matar plantas e toda essa vida que existe no planeta”, aponta.
Além da comunidade acadêmica, agricultores agroecológicos parceiros também foram ao Dia de Campo no ônibus disponibilizado pela universidade. É o caso de Luciano Mühlenberg, feirante em São Lourenço do Sul, que afirma gostar de participar dessas atividades pela possibilidade de estabelecer contatos e conversar com pessoas. “A gente participa há vários anos porque sempre tem alguma coisa nova para olhar e a gente pega contatos. E tem pessoas de longe, meus ex-professores, velhos amigos que em outro lugar eu não vou encontrar”. Recentemente, Luciano também teve a oportunidade de ir ao Congresso Brasileiro de Agroecologia, em veículo disponibilizado pelo campus. “Além de apresentar o trabalho, eu peguei muita coisa, muitos contatos. Aprendi muita coisa, tudo por intermédio da FURG”.