Na última semana a Pró-reitoria de Pesquisa de Pós-graduação (Propesp) divulgou o resultado do processo de seleção e distribuição das bolsas de Iniciação Científica (IC) e Tecnológica (IT) dos programas Pibic, Pibic-AF e Pibiti (CNPq), Probic e Probiti (Fapergs), e Epec-pesquisa (recursos próprios). A distribuição das bolsas aos pesquisadores contemplados ocorreu após o resultado divulgado pela Fapergs, oportunidade na qual houve aumento no quantitativo de cotas para a FURG. Atualmente, a universidade possui um total de 350 bolsas, destinadas ao pagamento de bolsistas de pesquisa e de inovação tecnológica em nível de graduação.
De acordo com a pró-reitoria, este aumento no quantitativo de bolsas proporciona aos estudantes contemplados o início ou – continuação -, das atividades de pesquisa e inovação, tão importantes para o desenvolvimento do país.
Contexto e importância
De acordo com o diretor de Pesquisa e Pós-graduação, Leandro Bugoni, o aumento representa um acréscimo substancial no número de bolsas, uma vez que, desde 2019, a FURG contava com o total de 297 bolsas. “Além disso, a universidade fez um intenso esforço para aumentar o valor das bolsas Epec, equiparando com os valores do CNPq, reajustadas em março; e da Fapergs, reajustadas em 2022”, explicou o gestor. O investimento realizado é de aproximadamente R$ 3 milhões voltados para o fomento da iniciação científica e tecnológica da comunidade acadêmica.
No entanto, apesar do esforço para a realização do investimento, em períodos de incertezas e dificuldades para a ciência brasileira, o desafio é constante, e ainda existe um caminho a ser percorrido para que a situação da oferta de bolsas atenda ao tamanho do desejo da comunidade estudantil. “Em anos recentes a demanda por bolsas de iniciação científica, tanto de professores quanto de técnicos, tem aumentado substancialmente. Em 2023, 312 pesquisadores solicitaram bolsas, com um total de 659 propostas submetidas; número recorde”, completou Bugoni.
Ainda assim, o crescimento na demanda por bolsas é visto positivamente, uma vez que reflete a diversificação e ampliação da pesquisa nas mais diversas áreas e em todos os campi em que a FURG se faz presente. “Isso se deve a vários fatores, incluindo a qualificação crescente da pesquisa na Universidade; a retomada plena das atividades de pesquisa, após o fim da pandemia e o retorno ao formato presencial irrestrito; a simplificação dos processos de pedido de bolsas, interligando os sistemas da FURG e extraindo os dados para classificação automática dos currículos depositados na Plataforma Lattes; e um edital único em vez de cinco editais separados por financiador e modalidade de bolsa”, detalhou o diretor.
O aumento na demanda e as políticas inclusivas da Propesp para atender pesquisadores em consolidação ou com menor infraestrutura de pesquisa resultou em um maior número de pesquisadores atendidos. Em 2023, do total de 312 pesquisadores proponentes; 264 receberam - pelo menos -, uma bolsa. O dado ganha destaque quando comparado com anos anteriores como 241 contemplados em 2022 e 191 em 2021.
Segundo Bugoni, existem outros fatores como a alocação de bolsas específicas; caso das bolsas Epec Pesquisa, destinadas prioritariamente para recém-gestantes que estão retornando às atividades; para recém-doutores e para pesquisadores lotados nos campi de São Lourenço do Sul, Santa Vitória do Palmar e Santo Antônio da Patrulha. A estratégica visava beneficiar um maior número de pesquisadores e fortalecer grupos com determinadas especificidades para consolidação de suas pesquisas. Ao fim desta matéria encontra-se disponível um gráfico intitulado “Número de Pesquisadores Contemplados”, que demonstra o aumento no número de pesquisadores com pelo menos uma cota.
“Por outro lado, o aumento substancial no número de propostas, aliado a um aumento mais modesto no quantitativo de bolsas, levou a uma redução do número de bolsas por pesquisador. Naturalmente, e com critérios praticamente idênticos aos utilizados no ano passado, em 2023 nenhum pesquisador obteve quatro cotas de bolsa”, completou Bugoni. Ao fim deste texto também se encontra disponível uma figura que ilustra este padrão.
Observando a figura destacada, nota-se o quantitativo de bolsas disponível: somente um montante de 0,56 bolsa poderia ser alocada por proposta recebida, ou 0,76 bolsa por pesquisador que solicitou. “Diante de recursos ainda escassos, a universidade precisa buscar um equilíbrio entre democratizar o acesso ao maior número de pesquisadores mantendo a distribuição que priorize os pesquisadores que tenham, comparativamente, um melhor desempenho científico, conforme métricas definidas em edital e indicadas pelos financiadores. Esta equalização é um enorme desafio, e estamos em processos contínuos de aprimoramento, para o pleno desenvolvimento da pesquisa na FURG, em suas mais diversas áreas”, concluiu o diretor.
A Propesp ressalta, ainda, que o aprimoramento do processo de distribuição de bolsas é contínuo e construído em diálogo com a comunidade universitária e chanceladas no Comitê de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI) da FURG, com representantes de todas as unidades acadêmicas e representantes dos docentes, técnicos e estudantes.