SimCovid

Novo boletim aponta aceleração da contaminação em Rio Grande e Pelotas

Divulgação é feita semanalmente por professores da FURG-IMEF e IFRS

Foto: Arquivo/FURG

Professores da FURG-IMEF e do IFRS estão divulgando semanalmente boletins informativos sobre a evolução da epidemia por COVID-19, especificamente para as cidades de Pelotas e Rio Grande, incluindo previsões para o crescimento do número de casos. Segundo os professores responsáveis (Sebastião Gomes e Igor Monteiro, do Instituto de Matemática, Estatística e Física da FURG, Carlos Rocha, do IFRS), o recente agravamento da situação epidêmica na zona sul do estado os levou à decisão de divulgação dos boletins informativos.

 

 Os professores informam que a realização de simulações para uma determinada cidade envolve os seguintes processos: os dados reais da epidemia na cidade passam por uma fase inicial de processamento; posteriormente estes dados processados são inseridos no sistema de identificação paramétrica; uma vez os parâmetros do modelo identificados, estes são atualizados no modelo e, posteriormente, realizam-se simulações e análises de cenários. Nas figuras a seguir são mostrados resultados para Rio Grande e Pelotas, com os dados reais destas cidades obtidos no dia 10/12/2020.

 

Os pontos em vermelho correspondem ao número acumulado de casos reais, enquanto a curva em azul é a simulação com o modelo. A continuação da curva em azul para além dos pontos em vermelho corresponde à previsão para os próximos 15 dias. O modelo prevê que Pelotas passará de 11740 casos confirmados em 10/12/2020 para 19452 em 25/12/2020, enquanto Rio Grande passará de 6380 casos confirmados em 10/12/2020 para 7592 em 25/12/2020. Estas previsões poderão se confirmar se não houver mudanças nas situações atuais dos municípios, principalmente correlatas ao isolamento social. O parâmetro mais significativo de uma epidemia é o Índice de Reprodução Basal (R0). No dia 10/12 Pelotas estava com R0=1,27 (significa que 100 novos infectados infectam 127 outros indivíduos, ou seja, a contaminação está com aceleração positiva). No dia 10/12 Rio Grande estava com R0=1,14 (significa que 100 novos infectados infectam 114 outros indivíduos, ou seja, a contaminação está também com aceleração positiva). O ideal é que o índice R0 esteja inferior a 1, provocando assim desaceleração no crescimento do número de casos e, para que isso ocorra, são necessárias medidas de prevenção, sendo a principal delas a ampliação do isolamento social. O distanciamento social em lugares públicos, o uso obrigatório de máscaras e atitudes frequentes de higienização das mãos também contribuem para a diminuição do índice R0.

As Tabelas I e II mostradas a seguir resumem as evoluções nas cidades de Pelotas e Rio Grande, com dados atualizados nos dias 26/11, 03/12 e 10/12/2020. O objetivo é tentar prever como estará a situação no Natal, bem como avaliar se as medidas de prevenção estão contribuindo para desacelerar o crescimento do número de casos. Pode-se perceber que, na última semana, a situação melhorou um pouco em Rio Grande, enquanto piorou em Pelotas.

 Um aplicativo  desenvolvido pelos pesquisadores das duas instituições está disponível gratuitamente para download, o Simcovid 2.0, com o qual o usuário não precisa ser especialista em matemática ou computação para realizar suas próprias simulações e análises de cenários. Este aplicativo pode ser baixado aqui.

Os professores informam ainda que os boletins sobre as situações de Pelotas e Rio Grande serão atualizados semanalmente, às sextas-feiras, disponibilizados no espaço COVID-19 da página do Imef. Neste espaço encontram-se um livro e dois artigos científicos já publicados sobre a modelagem matemática que dá origem aos resultados apresentados nos referidos aplicativo e boletins informativos. O professor Sebastião também ressalta o trabalho da aluna da Engenharia de Computação da FURG, Marina Zanotta Rocha, pelo auxílio na obtenção dos dados reais para as cidades de Rio Grande e Pelotas.