Na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência, as estudantes do curso de Agroecologia do Campus São Lourenço do Sul, Aline Cristina Til e Letícia Falcão, se uniram a mais de 100 mil mulheres do campo, da floresta e das águas, e foram às ruas de Brasília no dia 14 de agosto, exigir uma nova plataforma de governo. Aline é bolsista do Coletivo Feminista Dandaras e tem inserido no coletivo os diálogos sobre "Mulheres e Agroecologia".
O evento foi coordenado pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e é construído junto a movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras, sindicatos e organizações internacionais. A marcha acontece de quatro em quatro anos, desde 2000, e recebe esse nome em memória de Margarida Alves, líder do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Margarida foi assassinada no dia 12 de agosto de 1983 por fazendeiros, sua luta por justiça, direitos trabalhistas, e pelo fim da violência no campo, incomodou os poderosos da região, e inspirou margaridas em todo o Brasil.
Além da Marcha no dia 14, participaram também da Mostra de Sabores e Saberes das Margaridas, e da oficina Soberania Alimentar e Agroecologia, promovida pelo Grupo de Trabalho de Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Ambos os espaços possibilitaram a troca de conhecimentos, experiências e alimentos, entre mulheres de diversos biomas, culturas e realidades sociais.
Aline apresentará, junto com outras líderes do coletivo, trabalho no Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que acontece ainda esse ano. Nessas marchas, encontros e formações as estudantes aprendem na prática a valorizar os conhecimentos trabalhados em salas de aula, e dialogados com os estudos de gênero e feministas que tem sido construídos nos encontros coletivos.
