Na tarde da última sexta-feira, 23, a FURG realizou a cerimônia de descerramento das placas em homenagem ao trabalho da comunidade universitária no enfrentamento da pandemia da Covid-19 e das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio de 2024. O ato aconteceu nas dependências do Núcleo de Memória Engenheiro Francisco Martins Bastos (Nume), e contou com a presença de diversos representantes de entidades civis e agentes públicos, além de professores, servidores, trabalhadores terceirizados e estudantes da universidade.
Para a oportunidade, a Secretaria de Comunicação (Secom) preparou dois videodocumentários – um para cada momento da ocasião – contando, por meio de entrevistas com servidores envolvidos na linha de frente destes enfrentamentos, um pouco dos desafios enfrentados em cada período. O material está disponível no canal oficial da FURG no YouTube e pode ser acessado clicando aqui.
Durante sua fala, a professora Cleuza Maria Sobral Dias - que na ocasião da pandemia ocupava o cargo de reitora da universidade - relembra os primeiros momentos de divulgação de casos do novo coronavírus; ocasião em que, com poucas informações, todas as tomadas de decisão se tornavam ainda mais delicadas.
“Não tínhamos como imaginar o que aconteceria no dia seguinte. Ainda em 2020, com pouco conhecimento sobre o que estava acontecendo, no dia 16 de março daquele ano decidimos suspender as aulas, imaginando que, em algumas semanas, tudo voltaria ao normal. Naquela ocasião, estávamos preocupados com a estrutura que deveríamos organizar para possibilitar aos alunos a volta para suas casas, assim como, qual estrutura deveríamos oferecer aos estudantes que por ventura optassem por ficar nos campi”, explicou a atual diretora da Estação de Apoio Antártico (Esantar).
Ainda segundo a ex-reitora, com o passar dos meses, a FURG foi se estruturando e compreendendo com mais clareza a nova realidade imposta pela pandemia, e assim, envidou seus esforços institucionais no cuidado das pessoas, com ações junto à área da saúde, o que eventualmente culminou em campanhas de conscientização, doação de insumos e materiais de prevenção, formações continuadas e até mesmo campanhas bem-sucedidas de vacinação. “É característica da nossa universidade essa proximidade com as pessoas; então o que fica disso tudo é o sentimento de que superamos este grande desafio em união, em trabalho conjunto. A FURG se preparou de forma muito qualificada para se adaptar à nova realidade, e assim, pôde continuar atuando com excelência na sua missão formadora, mesmo à distância, adaptando e qualificando seu corpo docente para a nova realidade então imposta”, concluiu Cleuza.
Em sua fala, o reitor Danilo Giroldo destacou a importância da memória da instituição, não apenas para composição de um acervo, mas que este compilado de informações sirva para que as futuras gerações possam entender o que aconteceu e fazer melhor no enfrentamento dos seus próprios momentos de crise. “Os vídeos são um primeiro movimento de registro, e sabemos que não é possível condensar toda a complexidade dos dois períodos neste material, no entanto, é uma primeira ação; já está acontecendo um trabalho de levantamento minucioso da maioria das ações realizadas durante os dois momentos para que o Nume possa receber um robusto acervo”, apontou o professor.
Ainda segundo Giroldo, a universidade aprende ao passar por estes momentos, e dessa forma, se ressignifica para enfrentar melhor os desafios futuros que se apresentam.
“Durante a pandemia, a gente percebeu muito rápido que aquela situação teria uma longa duração, e nós, enquanto instituição educacional, científica e tecnológica, não poderíamos ficar tanto tempo sem desenvolver atividades de ensino e pesquisa. Precisávamos nos adaptar àquela nova realidade. Na época, foi feito um trabalho coletivo extenso para estruturar um modelo de ensino que desse conta do que precisávamos. Da mesma forma, quando enfrentamos o Evento Meteorológico Extremo de setembro de 2023, construímos também coletivamente uma resolução que cria um Programa Institucional de Análise, Prognóstico e Mitigação de Eventos Extremos, que prevê um comitê permanente de especialistas fazendo análises e prognósticos ambientais, bem como todos os protocolos institucionais para garantir os direitos de trabalhadores e estudantes atingidos por eventos extremos. É fácil perceber que esta resolução incorpora uma série de aprendizados que tivemos na ocasião da pandemia: sobre adaptação, sobre desenvolvimento de atividades em formatos variados, e assim por diante. A universidade foi muito importante para produzir as informações e subsidiar a comunidade da melhor forma possível nestes dois cenários, mesmo sem todas as repostas, mas sempre apoiados no melhor conhecimento científico disponível no momento”, discursou Giroldo.
Em seguida, autoridades da FURG e representantes de entidades civis fizeram o descerramento das placas que, desde então, ostentam nas paredes do Nume toda a dedicação da comunidade universitária no enfrentamento desses momentos recentes tão desafiadores. O Núcleo de Memória está localizado na Asa Norte do Cidec-Sul, e pode ser visitado de segunda a sexta, das 14h às 17h.