CULTURA

Sérgio Carvalho Pereira será o patrono da 48ª Feira do Livro da FURG

Poeta, fotógrafo e radialista; autor de dois livros, em 2015 gravou o disco “sul”, ao lado de Luiz Marenco e Aloísio Rockembach

Photograph: Hiago Reisdoerfer/Secom

Na manhã desta terça-feira, 14, o reitor Danilo Giroldo e o pró-reitor de extensão e cultura, Daniel Prado, formalizaram o convite ao patrono da 48ª Feira do Livro da FURG. Sérgio Carvalho Pereira é poeta, fotógrafo, radialista e cirurgião dentista; autor de dois livros, o artista também produziu e apresentou durante cinco anos o programa Continente Pampa, na FURG FM. A nova edição da Feira do Livro acontece de 9 a 20 de fevereiro de 2022 com o tema “Miradas de um Pampa Sul-americano”.

Para o reitor, em consonância com a temática desta edição, Sérgio é uma importante expressão poética que representa essa cultura. “A 48ª Feira do Livro possui um viés territorial e um olhar para a cultura sul-americana, valorizando, sobretudo, a cultura do pampa. É uma honra ter o Sérgio como patrono, representando e personificando o respeito, admiração e o desejo pela preservação e valorização da cultura pampeana”, destacou Danilo.

“Essa pauta é muito cara para nós. Temos tentado há muito tempo fazer da feira, também, um espaço de discussão de políticas públicas. A gente conseguiu nas últimas edições começar esse movimento, e agora, queremos avançar ainda mais nessa discussão”, disse o pró-reitor após a formalização do convite.

Sobre o patrono

Segundo Sérgio, seu vínculo com a universidade se estende para além das colaborações e do perfil profissional. “Não sou egresso da FURG; também não faço parte do segmento docente ou técnico, mas sim da comunidade, que também deve se sentir parte da instituição. A Feira do Livro é um grande instrumento de aproximação para que esse sentimento exista”, declarou o patrono.

Sérgio Carvalho Pereira, nascido em fevereiro de 1962 em Pedro Osório, hoje reside no balneário Cassino. Escreve desde os doze, ouvindo os versos dos afazeres cotidianos domésticos recitados pela avó materna, e, também inspirado na lida do avô, que trabalhou em diversas funções do campo. A vivência familiar ligada ao imaginário pampeano despertou no jovem um gosto pela literatura regional, sonora e escrita.

Anos mais tarde foi membro fundador do grupo Seiva da Terra, conjunto musical com perfil latino-americanista que no início dos anos oitenta contribuiu para a revitalização do cancioneiro do sul.  A primeira premiação do grupo foi com poesia de Sérgio, no Musiurg, festival organizado pela FURG.

O artista possui trabalhos poéticos gravados por expressivos nomes do cancioneiro do Rio Grande do Sul e do Uruguai, tendo sido premiado nos maiores festivais nativistas, dos quais destacam-se a Califórnia da canção, em Uruguaiana; e a Sapecada da Canção, em Lages, Santa Catarina. Em 2015 publicou o livro “Sul: poesia e ensaio fotográfico”, e no mesmo ano, lançou junto ao músico Luiz Marenco o disco “Sul”, projeto dirigido por Aluísio Rockembach.

O álbum recebeu duas indicações para o prêmio Açorianos na categoria melhor disco do ano na linha de música regional.

Em 2021, Sérgio lançou em parceria com outros poetas o livro “De labirintos e espirais - Sete poetas de Rio Grande”, que lançado em plataforma virtual, será agora apresentado ao público de modo presencial durante a 48ª Feira do Livro. Na fotografia, Sérgio tem imagens ilustrando trabalhos discográficos e literários, bem como premiações em concursos da área, como “O Tempo”, premiada no concurso fotográfico “de olho em Rio Grande”, iniciativa da Fototeca Municipal e do Centro Municipal de cultura de Rio Grande. Sua exposição fotográfica, intitulada SUL, foi apresentada em mais de 10 cidades.

Sobre a Feira

Motivados pela grande sociobiodiversidade presente no território sul-americano, a 48ª edição da Feira do Livro traz a luz a temática das perspectivas sobre a cultura regional, sua preservação e valorização. Para Daniel, a iniciativa é um reflexo das diversas culturas e manifestações culturais - como indígenas e negras, por exemplo -, fortalecidas pela literatura e pela música popular gaúcha. “Essa cultura não está presente apenas na área urbana, mas também na área rural, principalmente tomando a organização social e estrutural da nossa cidade como exemplo, presente em uma região de fronteira; com característica portuária, e ainda assim, continua recebendo essas influências e reflexos por diferentes espaços e fontes”, detalhou o pró-reitor.

Para o reitor, a realização da Feira - assim como toda dedicação para viabilizar um evento deste porte -, é de extrema importância para o momento que a sociedade enfrenta, vinculado à retomada das atividades em diferentes níveis e escalas, bem como, o próprio retorno gradual à presencialidade na FURG. “É preciso destacar todo trabalho dedicado pelas pró-reitorias para pensar e conceber a organização, envolvendo a infraestrutura necessária para o desenvolvimento de um modelo seguro de funcionamento para o contexto sanitário que estamos inseridos atualmente”, ponderou Danilo.

Características e adaptações

Segundo Daniel, durante a fase de concepção do evento, uma série de adaptações estruturais foram propostas para pensar no fluxo de pessoas dentro da Feira, como por exemplo, o número de entradas e saídas. Nesta edição, o número de saídas exigidas pelo corpo de bombeiros está garantido, somando três ao total, mas haverá apenas um local de entrada, para que a organização possa controlar a lotação máxima do espaço e garantir o acesso apenas mediante comprovante vacinal.

Ainda segundo Daniel, o espaçamento entre as bancas aumentou, seguindo o previsto no protocolo institucional, e, como consequência do uso do espaço, o número total de livreiros é menor do que na última edição. No entanto, a estrutura para shows e as habituais sessões de autógrafos foram mantidas com devidas adaptações, e assim, manter a identidade do evento e, ao mesmo tempo, garantir as condições sanitárias necessárias para o desenvolvimento seguro das atividades previstas.

“As bancas infantis vão estar na rua das crianças pela primeira vez, e as ações lúdicas e pedagógicas que geralmente ocorrem ali deixarão de ter enfoque na sensação tátil e passarão a se basear em atividades visuais, contribuindo para o distanciamento e evitando contato desnecessário com superfícies”, complementou Daniel.

Inscrições abertas

Neste momento, estão abertas as inscrições para ações culturais e literárias na Feira. O edital, que rege o processo de seleção dessas atividades prevê a contratação de propostas para os espaços da Arena Cultural e do Palco Infantil. Para mais detalhes e, também, para acessar o edital na íntegra, clique aqui

 

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Sérgio Carvalho Pereira é uma das mais expressivas vozes poéticas que representa a cultura pampeana

Hiago Reisdoerfer/Secom