EMPREENDEDORISMO

Iceac realiza Feira de Negócios no campus Santa Vitória do Palmar

Em atividade didática, estudantes criaram empresas buscando suprir demandas locais

Quem passou pelo saguão do prédio didático do campus Santa Vitória do Palmar na noite do dia 11, presenciou movimentação atípica para uma quinta-feira de final de semestre letivo. O espaço, corriqueiramente silencioso e de discreto trânsito entre estudantes e professores, foi preenchido por expositores e intenso fluxo de pessoas, que participaram da 1ª Feira de Negócios realizada no campus.

O evento, endereçado ao público interno da universidade, foi resultado da disciplina Plano de Negócios, ministrada pela professora do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Iceac) da FURG, Pâmela Tristão. Em sala de aula, os estudantes, organizados em grupos societários, desenvolveram um plano estruturado de negócio, abrangendo todas as etapas de implementação de uma empresa – abertura de CNPJ, criação da razão social, do nome fantasia e como seria a divisão dos lucros entre os sócios. Empreendedores, cujos negócios foram pensados com sede fixa, tiveram de explorar os serviços imobiliários locais a procura de espaços viáveis para a instalação de suas empresas, evidenciando, desse modo, o caráter prático da disciplina.

Outra etapa da atividade pedagógica consistiu na descrição detalhada de todos os produtos e serviços ofertados pelas empresas, destacando, nesse processo, seus benefícios e diferenciais frente ao demais já existentes no mercado. Além de um gerenciamento de marketing, no qual foram estudadas estratégias de visibilidade da marca, as equipes também despenderam esforços para identificar e delimitar seu público potencial, com vistas a avaliar a disposição dos clientes em adquirir, por um valor considerado adequado, os produtos ou serviços que ofertam. 

A professora Pâmela Tristão explica que o objetivo da disciplina foi instrumentalizar os alunos, instigando-os a desenvolverem propostas de negócio que considerassem suas trajetórias enquanto jovens estudantes residentes em Santa Vitória do Palmar. “Solicitei que fosse pensado um negócio mais local, no intuito de tentarem encontrar lacunas acerca de produtos e serviços que não são encontrados na cidade, ainda que pensemos que essas empresas poderiam facilmente serem abertas em outro local. Isso ficou muito evidente, em função de ser uma cidade com universidade, a falta que sentem de locais para entretenimento, o que refletiu nas escolhas das empresas pelos alunos”. Ainda, segundo a professora, a ideia de organizar em um evento o que foi desenvolvido em sala de aula foi considerada com o propósito de deixar a atividade ao mesmo tempo que lúdica, mais prática e interativa, uma vez que toda a comunidade acadêmica foi convidada a participar.

 A gente quer comida, diversão e arte...

Quem mora em Santa Vitória do Palmar – seja quem aqui sempre morou ou quem veio a trabalho ou a estudo, como é o caso de muitos estudantes da FURG, constata que a cidade carece de mais espaços de lazer, sociabilidade e entretenimento para público jovem. Face a essa realidade, o que se viu nos estandes expostos durante a Feira de Negócios foram propostas voltadas a suprir essas demandas.

No ramo específico de alimentos e bebidas foram apresentados: uma empresa especializada em drinks para festas, tanto para cerimônias particulares como para eventos organizacionais, na qual os clientes montam combos específicos a partir de uma cartela diversificada de produtos; um bistrô com cardápio inovador de salgados, doces e canapés e um estabelecimento designado à venda de caldos quentes, com opções vegetarianas e veganas, e saladas, priorizando insumos de produtores rurais locais. Na área de entretenimento e lazer: um bar com karaokê, com noites temáticas e apresentações de bandas e um bar voltado para a prática do boliche, este último, pensando seu espaço físico em relação à acessibilidade de locomoção e com valores considerados acessíveis já que parte do público esperado é estudantil. Por fim, uma empresa de eventos esportivos voltada à prática do surfe, pensando o potencial turístico da praia do Hermenegildo. Um dos objetivos desta empresa é organizar campeonatos de surfe, desenvolvendo estratégias como aulas de natação e surfe, além da venda de produtos específicos para a prática do esporte.

Durante a realização do evento, os estandes foram avaliados por docentes convidados que não conheciam previamente os projetos dos alunos. Foram analisados critérios como apresentação, criatividade e liderança de equipe. O professor do Iceac, Neimar Ferreira da Rosa, esteve nesse papel de crítico e pontuou o modo organizado e criativo dos estudantes na demonstração de seus modelos de negócio. “O que chamou bastante atenção foi o comprometimento dos alunos, que se dedicaram com afinco para organizar seus modelos de negócio e apresenta-los para os professores e demais colegas. Então, a feira trouxe uma sensação de bastante integração, ajudando a instigar a curiosidade dos demais alunos que irão cursar a disciplina futuramente”. Além disso, o avaliador destacou que ações como essas movimentam o campus, ao passo que, para os alunos, são fontes de inspiração que, se concretizadas, podem se transformar em alternativas de sustento.

Os demais visitantes também puderam conhecer e qualificar as empresas, tirando dúvidas e degustando alguns dos produtos ou serviços oferecidos. O público presente recebeu uma moeda fictícia e pôde “investir” nas empresas que julgou com maior potencial de crescimento. Decorrida a dinâmica, o empreendimento que recebeu mais investimentos foi contemplado com um prêmio simbólico da disciplina.  Para a discente e “sócia” da empresa vencedora, Maitê Choti Bernd, a experiência permitiu colocar em prática os conteúdos trabalhados na disciplina de maneira recreativa. A jovem ainda ressaltou a importância do trabalho coletivo para a execução bem sucedia do evento. “No decorrer do semestre, a gente conseguiu acompanhar a ideia de todos os colegas e isso foi extremamente interessante. Todos se empenharam e foram muito bem. A disciplina proporcionou uma vivência e aprendizado muito importantes”.

Para as edições futuras da Feira, a intenção é organizá-la a partir de uma perspectiva extensionista, construindo, conjuntamente com a comunidade externa, soluções para o desenvolvimento de empreendimentos já existentes na cidade.

 

Este material foi produzido de acordo com as normas disciplinadas pela Instrução Normativa nº 1, de 11 de abril de 2018, bem como se ancora e respeita os demais materiais publicados até o momento no que tange o regramento para a comunicação pública dos órgãos federais durante o período de defeso eleitoral, compreendido de 2 de julho a 2 de outubro, podendo ser prorrogado até o dia 30 do mesmo mês em caso de segundo turno.

 

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Otávio Chagas/Secom