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PancPop ministra curso teórico-prático sobre identificação e preparo de Panc em Santa Cruz do Sul

Evento foi promovido em parceria com o MPA-RS no Centro de Formação São Francisco de Assis, na sede da Cooperativa Origem Camponesa

Nos dias 18 e 19 de janeiro, o projeto de extensão PancPop, vinculado ao Campus FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS), ministrou o curso teórico-prático “Introdução às Panc: Identificação e Preparo!” no Centro de Formação São Francisco de Assis, localizado na sede da Cooperativa Origem Camponesa, em Santa Cruz do Sul.

O evento foi promovido em parceria com o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA-RS) com o objetivo de aprofundar as experiências e os conhecimentos sobre a identificação e o preparo das Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc), por meio de uma abordagem prática e participativa, envolvendo professores, técnicos, estudantes e agricultores do projeto, que conduziram oficinas e debates sobre o tema.

Segundo Jaqueline Durgion, docente nos cursos de Agroecologia e Educação do Campo e coordenadora do projeto, o curso surgiu a partir dos debates e vivências do 7º HortPanc, evento nacional organizado pela Universidade em abril de 2024, que envolveu camponeses do MPA.

Hariani Nunes Krack, integrante do projeto e mestranda em Sistemas de Produção Agrícola Familiar (PPGSPAF UFPEL), destaca que o evento fortalece a conexão entre o movimento social camponês e contribui para ampliar os horizontes do projeto.

“Como podemos alcançar os princípios que defendemos dentro do PancPop, como a busca por segurança, soberania alimentar e autonomia dos agricultores. Enquanto aluna integrante do projeto, vejo a parceria realizada entre o MPA e o projeto como enriquecedora. Ela promove o contato entre agricultores de diferentes municípios, alunos em formação, mestrandos, doutorandos trazendo uma percepção de como podemos realizar a extensão de maneira integrada e com equidade”, afirmou.

 

Prática de campo e cozinha

O primeiro dia de atividades foi marcado por práticas de campo e de cozinha, com os participantes sendo recepcionados com um almoço preparado com Panc. 

“Eles fizeram uma caminhada guiada pelo local e puderam aprender como fazer diversos preparos”, informou Jaqueline.

No campo, os participantes aprenderam a identificar espécies que crescem espontaneamente em jardins, pomares e nas áreas ao redor do Centro de Formação, que podem ser utilizadas para diversificar a alimentação.

Além disso, foram reconhecidos os múltiplos potenciais de espécies já cultivadas, como a bananeira (uso do coração e palmito) e o mamoeiro (uso da medula do caule).

“Esse tipo de atividade gera muita surpresa e encantamento para quem participa, pois é como ser apresentado novamente às plantas com as quais você já convivia, além de ressignificar as relações das pessoas com a vegetação no seu entorno”, destacou Durigon.

Ao retornarem para casa ao final da atividade, os participantes se surpreenderam com a diversidade de espécies alimentícias que até então desconheciam ou não haviam percebido.

“Essa atividade de campo foi diretamente conectada com as práticas culinárias, em que as plantas encontradas no campo foram preparadas na cozinha e degustadas pelos participantes”, complementou Jaqueline.

O curso também incluiu oficinas para o preparo de geleias, patês e panificados com as Panc, caracterizado como um momento de partilha de experiências com agricultoras do projeto, que demonstraram na prática como preparar pães coloridos, nutritivos e cheios de significados usando as plantas.

Na opinião de Jaqueline, os destaques do primeiro dia foram as refeições, incluindo o jantar preparado coletivamente com diversas Panc. De acordo com ela, a diversidade de pratos foi bem recebida pelos participantes, apesar de muitos relatarem que nunca tiveram uma experiência prévia com as plantas.

“Entre os pratos degustados estavam: abóbora caramelizada com medula do mamoeiro, salada de maionese com bertalha-coração, salada de maionese com coração de bananeira, refogado de verduras Panc (caruru, maxixe, flores), folhas de batata-doce empanadas, patê de inhame com vinagreira-roxa, salada diversa com flores e folhas Panc, feijão temperado com Panc, arroz com vinagreira e carne ao molho de flores”, compartilhou.

 

Troca de conhecimentos

No segundo dia, a roda de conversa foi marcada pela troca de conhecimentos sobre as propriedades medicinais e nutritivas das Panc, as experiências de comercialização dessas espécies em feiras e a socialização de técnicas de cultivo de Panc.

Também foi discutida a possibilidade de realizar outros cursos do projeto com coletivos de mulheres do MPA, envolvendo diversos municípios do Estado ainda em 2025. O curso foi encerrado com a partilha de sementes e mudas de Panc.

“Um momento sempre muito especial que fortalece o espírito solidário da Agroecologia e traz novas possibilidades de cultivos e alimentos para os participantes e suas famílias”, disse Jaqueline.

As mudas e sementes de Panc são resultado do trabalho do projeto, que tem implementado áreas de cultivo nas propriedades de camponeses em São Lourenço do Sul.

 

 

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Evento foi promovido em parceria com o MPA-RS no Centro de Formação São Francisco de Assis, na sede da Cooperativa Origem Camponesa