ENFRENTAMENTO

FURG São Lourenço do Sul recebe apresentação de dados sobre a evasão na universidade

Estudo desenvolvido pela Prograd buscou avaliar os motivos que levam os estudantes a abandonarem cursos superiores

Na última terça-feira, 9, servidores do campus da FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) receberam representantes da Pró-reitoria de Graduação (Prograd) para discutir dados sobre a evasão de estudantes no campus do município e na universidade de maneira geral.

Durante a reunião, a equipe, vinculada à Comissão de Enfrentamento à Evasão e Retenção nos Cursos de Graduação, acompanhada do reitor, Danilo Giroldo, trouxe os resultados de um estudo conduzido ao longo dos últimos quatro anos, que buscou avaliar as principais motivações que levam alunos da FURG a desistirem dos cursos de graduação, bem como o que foi importante para a retenção daqueles que se formaram.

Inicialmente, o mapeamento utilizou as bases de informações relativas às matrículas do Sistema FURG. Já o diálogo direto com os estudantes foi possível a partir de parceria entre a Prograd e a Secretaria de Comunicação (Secom), para a realização de pesquisa de opinião junto aos evadidos e formados no período compreendido entre os anos de 2014 e 2021, com perguntas quantitativas e qualitativas. A partir disso, uma equipe multidisciplinar avaliou os resultados, na busca por indícios entre as respostas dos que concluíram seus cursos e aqueles que abdicaram de suas vagas junto à FURG.

Em relação ao campus São Lourenço do Sul, o estudo considerou dados relativos aos cursos de Agroecologia, Educação do Campo, Gestão Ambiental e Gestão de Cooperativas. Por ter sido criado apenas em 2020, o curso de Letras não foi inserido na avaliação.

Entre os quatro cursos vinculados à FURG-SLS que foram avaliados, Gestão Ambiental aparece com evasão de 30% a 50% dos ingressantes. Já Agroecologia, Educação do Campo e Gestão de Cooperativas contam com evasão de 50% a 70% de seus estudantes.

Enfrentamento à evasão

Na ocasião, o reitor Danilo Giroldo destacou que o enfrentamento à evasão é fundamental à universidade, dada a complexidade e o agravamento do cenário com a pandemia, e também à redução drástica no número de ingressantes. “Estamos falando de uma realidade muito complexa, não só em relação à evasão, mas fundamentalmente em relação ao ingresso, e acreditamos que esses sistemas conversam”, enfatizou.

Danilo afirmou também que, além de apresentar os dados, a Comissão tem buscado estabelecer um diálogo junto às unidades acadêmicas, pensando em estratégias de enfrentamento ao fenômeno. “Acreditamos que, mais do que a gente apresentar aqui os bancos de dados, seria adequado endereçar um debate em cada um desses espaços, trazendo esses desafios e construindo uma metodologia colaborativa capilarizada de trabalho, para que juntos possamos enfrentar a evasão. É um desafio extremamente complexo e as estratégias a serem definidas agora tendem a trazer resultados em médio e longo prazos”, ressaltou.

Para o diretor Eduardo Vogelmann, o movimento da universidade é importante para avaliar os processos e buscar qualificar as ações. “A universidade tem buscado entender como, quando e porque os alunos acabam evadindo dos cursos. Isso nos ajuda muito a entender como se dá essa decisão, de modo a traçar as ações necessárias para que os alunos continuem e concluam os cursos nos quais se matricularam”, explica.

Perfil do evadido

A partir do estudo, a Comissão de Enfrentamento à Evasão e Retenção nos Cursos de Graduação conseguiu estabelecer um perfil dos estudantes que evadem. Segundo a avaliação, a maioria são jovens com até 27 anos, que desistem dos cursos nos primeiros anos de universidade.

Boa parte não trabalha, mas entre os que trabalhavam poucos recebiam ajuda financeira e eram os principais responsáveis pelo sustento da família. Além disso, comparativamente aos que se formaram, os evadidos moravam em menor proporção com os pais e eram menos atendidos pelas políticas de permanência da FURG. Possuíam também um menor interesse no curso do que os formados, aliado a uma escolha pela oportunidade de mercado e o que a pontuação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) permitia.

Em relação à identificação dos fatores ligados à evasão, estão a menor identificação com o curso, a dificuldade em manter o desempenho satisfatório, problemas financeiros, a sobrecarga de atividades fora da universidade e a alta carga de demandas em disciplinas.

Aliado a isso, é menor a proporção de evadidos, em relação aos formandos, que consideram que a organização das aulas contempla suas necessidades e potencialidades de aprendizagem, e é maior a proporção dos que reprovaram mais de uma vez em várias disciplinas.

A Comissão notou também que no momento em que surge a decisão pela evasão, os estudantes costumam conversar com amigos e familiares, mas pouco com a estrutura da universidade. Aqueles que recebem apoio costumam se manter estudando.

 

Este material foi produzido de acordo com as normas disciplinadas pela Instrução Normativa nº 1, de 11 de abril de 2018, bem como se ancora e respeita os demais materiais publicados até o momento no que tange o regramento para a comunicação pública dos órgãos federais durante o período de defeso eleitoral, compreendido de 2 de julho a 2 de outubro, podendo ser prorrogado até o dia 30 do mesmo mês em caso de segundo turno.

 

 

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Estudo desenvolvido pela Prograd buscou avaliar os motivos que levam os estudantes a abandonarem cursos superiores

Foto: Gabriela Schmalfuss/Secom