POVOS TRADICIONAIS

Campus São Lourenço do Sul inicia Jornada Universitária pela Reforma Agrária

Atividade integra programação do Abril Vermelho no campus

Foto: Divulgação

No ano de 2014, mais de 40 universidades e institutos federais fizeram suas Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária. Em 2018, mais de 60 instituições de ensino realizaram o evento em seus espaços. Na FURG, as atividades do Abril Vermelho no Campus São Lourenço do Sul iniciaram na segunda-feira, 1º de abril. A iniciativa partiu da integração de atividades desenvolvidas nas disciplinas de Tópicos Especiais em Educação do Campo e Educação Popular e Pedagogia do Campo, ministradas pela professora Graziela Rinaldi.

A atividade iniciou com diálogos com os povos indígenas, tendo lideranças guarani e kaingang, além da presença de um indígena urbano mapuche do Chile e de uma educadora, que trabalhou sobre como incluir a temática indígena em salas de aulas. Entre os temas abordados, os desafios que os estudantes indígenas enfrentam na universidade e em suas comunidades.

Rodrigo Mariano, indígena guarani, estudante de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e Zezinha Silva, indígena kayngang e estudante da FURG, trouxeram suas percepções da atual conjuntura brasileira. José Miguel Zamorano apresentou aspectos da cultura mapuche, contextualizando a realidade dos que vivem nas cidades e hoje possuem certidão mapuche, e a importância de se reconhecer como indígena, mesmo quando se vive em cidades.

No dia 2 de abril, a cigana Kellen Cristine Furtado, estudante da FURG, esteve no campus proporcionando uma vivência cigana em sala de aula e abordou aspectos da cultura, da relação com a terra, preconceito, leis, estatutos e direitos do povo cigano. O evento foi organizado também pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena (Neabi) e Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) do Campus São Lourenço do Sul, os coletivos Pomerano e Feminista Dandaras da FURG e Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin).

A docente Graziela trabalha em suas aulas com temáticas que dialogam com os povos tradicionais, além de participar das aulas de professores que atuam em escolas do campo, lideranças comunitárias e de movimentos sociais, e representantes de comunidades de povos tradicionais. Esse intercâmbio possibilita a inserção dos estudantes do curso de Licenciatura em Educação do Campo em culturas do campo, contribuindo para uma formação docente mais humanizada e que dialoga com os povos do campo.

Deliberação

Conforme os organizadores das jornadas universitárias, no 2º Encontro Nacional de Professores Universitários com o MST, realizado em 2013, ficou deliberado que a partir do ano seguinte, nas jornadas de luta de abril, as universidades que têm núcleos e grupos de trabalho da reforma agrária, ou outros instrumentos em defesa dos movimentos populares do campo, passariam a fazer ações simultâneas, com o máximo de articulação possível entre elas, para repercutir interna e externamente.

 

 

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Jornada Universitária pela Reforma Agrária

Foto: Divulgação