Composta por oito eventos, a 23ª Mostra da Produção Universitária (MPU), acontece de 27 a 29 de novembro, e neste ano, traz como tema “Educar para Adiar o Fim do Mundo”, chamando atenção para a finitude da vida em razão dos efeitos provocados pelas mudanças climáticas que atingem o mundo cada vez mais, bem como, os impactos ainda sentidos pelo período pandêmico. Na tarde desta quinta-feira, 7, o reitor Danilo Giroldo formalizou o convite à professora Jaqueline Durigon para ser a homenageada da edição.
Também estiveram presentes durante o convite o vice-reitor, Renato Duro Dias; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Daniel Prado; a pró-reitora de Graduação, Sibele Martins; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Eduardo Secchi; a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Daiane Gautério; e a coordenadora da Coordenação de Ações Afirmativas, Inclusão e Diversidades, Simone Freire.
Nesta edição, a Mostra trabalha – sobretudo – a dimensão da extensão, com um trabalho capitaneado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc). Com essa motivação, o evento faz um convite, provocado pelo ativismo e pelo pensamento de Ailton Krenak, para incentivar a comunidade universitária a pensar ideias para adiar o “fim do mundo”. Dessa forma, a FURG, enquanto instituição, acredita que educar com responsabilidade sociocultural e ambiental pode ser uma possibilidade para contribuir com o desenvolvimento e garantia da vida no mundo. A homenagem à professora Jaqueline e seu trabalho representa a importância e o impacto social de ações extensionistas como elementos transformadores, tanto na vida dos estudantes, quanto na vida das comunidades envolvidas.
O Convite
Jaqueline é professora nos cursos de Agroecologia e Educação no Campo, ministrados no campus de São Lourenço do Sul (FURG-SLS). Doutora em Botânica, a docente possui um trabalho profundamente enraizado na extensão, atuando junto à comunidade do município para a popularização das Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs). Na oportunidade do convite, o reitor destacou seu importante papel de convergir duas grandes áreas que uma Universidade deve possuir: a produção de conhecimento e a proximidade com o território e às pessoas ao seu entorno. “Você desempenha um papel muito importante, tanto em razão da temática que você trabalha quanto pela forma com que alia extensão e o fazer científico, com um belo trabalho de aproximar a Instituição da comunidade, inclusive por meio de uma característica tradicional da cidade”, comentou o reitor.
O vice-reitor parabenizou a homenageada e destacou a importância da sua atividade para a capacitar e impulsionar os projetos capitaneados pela comunidade, recentemente, Renato teve a oportunidade de acompanhar uma ação do projeto extensionista liderado pela professora, e, após a experiência, caracterizou o trabalho como uma ação potente e transformadora.
Para Daniel Prado, a escolha de Jaqueline representa muito mais que uma homenagem direta à professora, simboliza também a relevância de um conjunto de lutas e ideias voltadas à produção de conhecimento e pesquisa aplicados à comunidade para capacitar e fortalecer toda uma engrenagem local, aliada aos costumes tradicionais do município. “O trabalho de vocês é incrível, em especial o teu trabalho com a formação de lideranças, com as feiras livres e famílias camponesas, sempre aliado com a produção de pesquisa de ponta. Vocês têm um entendimento muito importante de que a extensão é um componente de formação na vida dos estudantes; é muito legal poder estar contigo neste momento, em especial sabendo do valor que a comunidade externa atribui e reconhece aos esforços que vocês empenham junto a estes grupos”, detalhou o pró-reitor.
Por sua vez, a professora agradeceu emocionada às falas dos gestores, destacando a importância simbólica da escolha do seu nome, em razão também da multicampia. “Entendemos que é fundamental trabalhar os temas da educação e da pesquisa junto com a extensão, uma vez que ela é um dos alicerces de uma universidade. Fico muito feliz por esse olhar para os campi, a gente sempre luta por este tipo de participação e entende que a multicampia não é fácil de ser trabalhada, e por isso, esses esforços são tão relevantes. Fico bastante feliz também pelo reconhecimento deste projeto que estamos construindo, que vem crescendo cada vez mais. Agora temos uma rede de pesquisadores e extensionistas em nível nacional, mas o mais importante é o olhar e o retorno dos camponeses, e a relação que a gente construiu com eles”, destacou Jaqueline.
Sobre esta edição
Em seu material de divulgação, a 23ª MPU traz ao debate, também, a finitude da vida, constantemente lembrada em razão dos impactos ainda sentidos pelo período pandêmico, com suas perdas irreparáveis e ainda doloridas. Neste 2024, o Rio Grande do Sul foi acometido por uma tragédia ambiental, em decorrência de eventos climáticos extremos, o que também se alinha ao tema e fomenta o debate de formas sustentáveis de lidar com o meio ambiente e a forma vigente de habitar – e usufruir - do planeta.
“O que temos feito com tudo isso que estamos vivendo? Quais nossos lutos, nossas práticas de registro e memórias? O que temos aprendido e o que temos nos permitido mudar, enquanto pessoas únicas que somos, mas também enquanto instituição de ensino, pesquisa, extensão, cultura e inovação tecnológica?”, provoca o texto de divulgação do tema desta edição da Mostra, disponível no site da MPU.
Criada em 2002, a MPU é um evento institucional voltado ao incentivo do desenvolvimento da pesquisa, do ensino, da extensão, da inovação tecnológica e da cultura na Região Sul do Estado, criando um ambiente acadêmico propício à troca de experiências e aperfeiçoamento de metodologias. Durante os três dias de evento, são realizadas uma série de atividades voltadas para a divulgação, a promoção e o acompanhamento dos diversos trabalhos em nível de graduação e pós-graduação, desenvolvidos por participantes de projetos e programas da FURG – também de outras Instituições de Ensino Superior da região.
