A Incubadora de Empreendimentos de Economia Solidária (Ineesol) da FURG desempenhou um importante papel durante a 46ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), fornecendo suporte técnico ao 25º Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF). Além disso, a Ineesol também realizou oficinas de formação e sensibilização sobre agricultura familiar durante o evento, que ocorreu de 26 de agosto a 3 de setembro em Esteio/RS.
Foram organizadas oito atividades no formato de palestras e rodas de conversa nos espaços da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS-Ascar) e do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers).
As atividades abordaram diversos temas, tais como:
- - Economia solidária e tecnologias sociais para a agricultura familiar.
- - O papel das mulheres no trabalho da agricultura familiar
- - Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) e suas oportunidades na agricultura familiar.
- - Troca de conhecimentos sobre circuitos de comercialização.
- - A juventude e seu envolvimento na agricultura familiar.
- - Ancestralidade em movimento - práticas, conhecimentos e identidade quilombola. Relação entre corpo, terra e território nas comunidades quilombolas do extremo sul do Brasil.
- - Cooperativismo e gestão financeira.
- - Gestão ambiental rural
- - Qualidade do leite: da ordenha ao produto
Pesquisadora extensionista e uma das coordenadoras da Ineesol, Desirée Fripp dos Santos, conta que as oficinas visaram potencializar o conhecimento dos participantes sobre questões relacionadas à agricultura familiar, possibilitando a troca de experiências durante a Expointer. “O objetivo foi promover essa troca de conhecimento e de saberes com os expositores e com as expositoras do pavilhão, e também ter um contato mais direto com o público que está aqui. Porque esse não é só um espaço de comercialização, mas também é um espaço de aprendizagem, de troca, da gente entender quem são as pessoas que produzem, quais são os problemas que essas pessoas enfrentam e como nós da universidade podemos auxiliar”, ressalta.
Além das discussões citadas, outras duas ações foram realizadas no espaço Cozinha Show, localizado no centro do PAF. Em uma parceria com a Emater/RS-Ascar, o projeto PANCPOP teve a oportunidade de apresentar aos expositores e aos visitantes receitas com PANC.
No dia 30, a equipe preparou um pão de beijo - versão do tradicional pão de queijo - feito a partir das batatinhas de bertalha-coração (Anredera cordifolia), com um patê de buva (Conyza bonariensis), servido em uma folha de bertalha-coração e decorado por uma flor alimentícia.
Já no dia 31, foi apresentado um buffet ainda mais biodiverso, com várias possibilidades de uso de PANC na culinária, trazendo como destaque barquetes de coração de bananeira - preparadas no espaço - além de degustação de geleias, pães e chips de batatas PANC.
Segundo a coordenadora do PANCPOP, Jaqueline Durigon, as ações do projeto na Expointer tiveram o intuito de apresentar oportunidades e possibilidades de diversificação da agricultura familiar. “A gente quis apresentar novas plantas que pudessem gerar novos produtos para os agricultores e agricultoras que estão expondo aqui, mas a gente também precisava atingir os consumidores, sensibilizando-os para que ocorra a comercialização”, afirma.
Ela explica que no mundo existem cerca de 300 a 400 mil espécies de plantas, sendo que cerca de 10% delas têm potencial alimentício, e que 90% da alimentação mundial é baseada apenas em 10 a 20 espécies. “Então a própria agricultura familiar, embora seja muito mais diversa que a agricultura convencional, se baseia em poucas espécies de hortaliças, folhosas, tuberosas, e isso se reflete nos produtos processados também”.
