Foi aprovado na última sexta-feira, 10, durante reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração (Coepea), o Programa Institucional de Avaliação, Prognóstico e Mitigação de Eventos Extremos. A iniciativa visa a criação de protocolos acadêmicos e administrativos para situações extremas; a ação é pioneira, e aproveita da capacidade instalada e de valiosos pesquisadores e professores da instituição com vasta expertise sobre o tema para a composição de um comitê permanente de avaliação e orientação.
A ação foi motivada pelo recente período de enchentes no Estado – em especial na cidade do Rio Grande -, causando não apenas impactos físicos no município, mas também uma série de debates, resultando, inclusive, na alteração do calendário universitário. O programa institui quatro níveis de impacto, cada um com procedimentos específicos para a comunidade acadêmica, que serão observados pelo comitê, a fim de auxiliar a gestão administrativa na tomada de decisão em casos de eventos extremos.
Concepção e organização
Para que todas as ideias fossem organizadas e o Programa se tornasse possível, foram estabelecidos grupos de trabalho coordenados pelas Pró-reitorias de Pesquisa e Pós-graduação (Propesp) e de Graduação (Prograd) com o objetivo de propor mecanismos institucionais de avaliação e prognóstico de eventos extremos, bem como protocolos correspondentes ao nível de severidade observado durante ou após a ocorrência destes eventos.
De acordo com o reitor Danilo Giroldo, a ação se dará por meio da instalação de um comitê junto à Propesp, que realizará, de forma permanentemente, a avaliação e o prognóstico da probabilidade de acontecimento de eventos extremos. “Constada a possibilidade de ocorrência, o grupo pode emitir alertas e avisos, de acordo com a severidade, que inclusive podem sugerir desde o funcionamento normal até a suspensão de atividades”, explicou o gestor.
O Programa considera, em sua terminologia, eventos extremos como aqueles eventos climáticos, meteorológicos ou hidrológicos com padrões mais intensos que as variações históricas e que afetam o cotidiano de uma comunidade, com impactos físicos, sociais e ambientais.
Além do monitoramento, a iniciativa também prevê o fomento de estudos e projetos que contribuam para o desenvolvimento do Programa e do aprimoramento do conjunto de ações utilizados pelo grupo de trabalho para a detecção destes eventos, em especial, nos territórios onde a FURG se faz presente.
Sobre o Comitê
Intitulado Comitê de Avaliação e Prognóstico de Eventos Extremos da FURG, o grupo é vinculado à Propesp, e será composto por pesquisadores com reconhecida competência, principalmente nas áreas de meteorologia, clima e dinâmica costeira, além de outras áreas adjacentes com relevância para a temática.
“Durante ou após a ocorrência de eventos extremos, o comitê e a gestão, com base em informações coletadas pelos órgãos responsáveis, irão definir os níveis de impacto, conforme listado no texto aprovado; cada um destes níveis de impacto possui uma série de ações e protocolos específicos que vão desde a suspensão total das atividades; manutenção das atividades em caráter remoto; programas de recomposição de conteúdo e frequência; e funcionamento normal”, destacou o reitor.
O enquadramento do nível de impacto se dá dentro de quatro categorias. O nível de maior impacto – severo -, se baseia na limitação generalizada no fornecimento de energia elétrica, e/ou, processos de mobilidade, comunicação e risco de morte; o nível alto considera a limitação generalizada nos processos de mobilidade e/ou potencial de ocorrência localizada de avarias na infraestrutura e risco a saúde; o nível médio considera a limitação localizada no fornecimento de energia elétrica, comunicação e/ou mobilidade; e o nível baixo se dará quando não houver limitação no fornecimento de energia elétrica e/ou nos processos de comunicação e mobilidade.
Procedimentos
Como mencionado anteriormente neste texto, cada nível de impacto possui, também, seus próprios protocolos administrativos e acadêmicos; confira a seguir os detalhes.
Nível severo: em caso de constatação de eventos extremos de nível severo, as atividades acadêmicas e administrativas nos campi dentro da área afetada serão canceladas, com consequente reprogramação do calendário universitário.
Nível alto: em caso de constatação de eventos extremos de nível alto, as atividades acadêmicas e administrativas serão adaptadas no formato não presencial, sem prejuízo do calendário universitário. As atividades adaptadas deverão ser realizadas de forma assíncrona, exclusivamente via Ambiente Virtual de Aprendizagem da FURG (AVA).
Neste caso, as atividades acadêmicas - incluindo as práticas -, não adaptáveis devem ser reprogramadas, considerando o calendário universitário vigente e as atividades já agendadas para o período; sua forma de reposição deve constar no plano de recuperação da disciplina.
Em caso de avaliações presenciais previamente agendadas dentro do prazo de alerta vigente, estas deverão ser reprogramadas para outros dias e horários, desde que exista concordância por parte de professores e estudantes.
Se houverem estudantes atingidos pelo evento extremo - impossibilitados de realizar atividades acadêmicas no formato não presencial -, haverá garantia de recomposição de conteúdo e frequências, conforme a normativa vigente.
Os servidores técnicos administrativos em educação (TAEs), integrantes do Programa de Gestão e Desempenho, realizarão suas atividades na modalidade de teletrabalho. Àqueles não integrantes do supracitado programa realizarão suas atividades no modelo de trabalho remoto emergencial, desde que hajam condições materiais para tal.
Nível médio: neste cenário, será possibilitada a realização de atividades presenciais nos campi da FURG; com implicação do mapeamento e identificação das pessoas atingidas, visando mitigar os impactos sofridos pela ocorrência de evento extremo.
Nível baixo: em situações de baixo risco, as atividades acadêmicas e administrativas na FURG serão mantidas em formato presencial, sem interrupções ou alterações.
O mapeamento de estudantes, servidores e trabalhadores terceirizados atingidos pelos impactos decorrentes de evento extremo será de responsabilidade das Pró-reitorias de Assuntos Estudantis (Prae), Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Progep), Extensão e Cultura (Proexc) e Pesquisa e Pós-graduação (Propesp).