INCLUSÃO E RESISTÊNCIA NA UNIVERSIDADE

Dia da Visibilidade Trans: a importância do acolhimento e da representatividade na FURG

Coletivo Camaleão reforça desafios e avanços na luta por direitos

No dia 29 de janeiro, é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Trans, um marco na luta por direitos e inclusão da população trans e travesti no Brasil. Na FURG, ações e espaços voltados à diversidade têm sido fundamentais para promover respeito e acolhimento dentro da universidade. Um dos principais protagonistas nessa frente é o Coletivo Camaleão, que atua desde 2014 na defesa da diversidade sexual e da identidade de gênero, com um trabalho focado no acolhimento.

Atália Lucas, estudante de Arqueologia e coordenadora do Coletivo Camaleão, destaca a importância da iniciativa dentro da universidade. “O Coletivo Camaleão surgiu como um grito da comunidade LGBT diante das dificuldades que enfrentamos na universidade. Hoje, nosso foco está muito mais voltado para a comunidade trans, devido à baixa presença de pessoas trans no ensino superior. Segundo o IBGE, apenas 0,3% da população trans consegue acessar a universidade, um dado alarmante para nós.”  

Além disso, o coletivo atua em diversas frentes, desde a realização de eventos até a construção de políticas públicas em parceria com agentes políticos. Também oferece suporte jurídico e acompanhamento psicopedagógico para quem necessita. Atália ressalta ainda: “Não é necessário ser estudante da FURG para participar do coletivo. Servidores, colaboradores da universidade e qualquer pessoa que fortaleça a comunidade LGBT dentro e fora da FURG são bem-vindas. Contamos também com o apoio de artistas e outras pessoas que fomentam a ideia de que a comunidade é para todes, independentemente de sexo, gênero ou orientação sexual.”  

Desafios e perspectivas

Atualmente, o Coletivo Camaleão é coordenado por duas pessoas trans, algo considerado um avanço dentro da própria história do grupo. No entanto, ainda enfrenta desafios burocráticos dentro da universidade por ser um coletivo independente e sem fins lucrativos.  “Apesar das dificuldades, estamos avançando cada vez mais, tanto em políticas internas quanto externas, voltadas à comunidade trans e à população LGBTQIA+ como um todo. Com a colaboração de todes, podemos crescer, alcançar mais pessoas e transformar a universidade em um espaço equitativo e plural ", destaca a coordenadora do coletivo.  

Para quem deseja conhecer mais sobre o Coletivo Camaleão, Atália reforça o convite:   “Nos sigam nas redes sociais, procurem nossa sede no movimento estudantil, entrem em contato. Estamos aqui para dar o suporte necessário e garantir que a universidade seja um espaço de pertencimento, e não apenas um local de estudo.”  

*Estagiária em jornalismo, sob supervisão do jornalista Fernando Halal.