46ª EXPOINTER

Com apoio técnico da Ineesol, 25º Pavilhão da Agricultura Familiar da Expointer bate recordes

Faturamento chegou a quase R$ 9 milhões e é o maior já registrado

 

O 25º Pavilhão da Agricultura Familiar (PAF) bateu recordes na 46ª Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários (Expointer), em Esteio/RS. Os 372 expositores, oriundos de diversos municípios do Rio Grande do Sul, venderam um total de R$ 8.673.429,12 de 26 de agosto a 3 de setembro, um crescimento de 7% em relação a 2022 e o maior resultado da história da agricultura familiar na feira.

A Incubadora de Empreendimentos de Economia Solidária (Ineesol) da FURG foi responsável por prestar apoio técnico ao PAF, em cooperação com a Fundação de Apoio à Universidade do Rio Grande (FAURG) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), com o projeto "Feiras da Agricultura Familiar - Processos associativos”.

Além de ter divulgado a universidade e seus cursos a partir da exposição de materiais e distribuição de cartilhas instrucionais, a Ineesol promoveu oficinas formativas abertas ao público e teve a oportunidade de realizar uma pesquisa com os expositores durante o evento, buscando identificar o perfil socioeconômico dos agricultores familiares gaúchos.

Uma das coordenadoras da Ineesol, Marcia Umpierre diz que para a incubadora a Expointer foi um grande marco. “Nós já vínhamos trabalhando desde 2018 sem recursos, mas mostrando que a FURG, com todas as suas dificuldades, está presente na comunidade. Nosso papel, enquanto extensão, não é só ficar trabalhando para as nossas pesquisas, mas que as pesquisas que a gente realiza sejam sempre em prol da comunidade onde nós estamos localizados, mais especificamente em São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha”.

Segundo ela, a intenção é que a experiência seja repetida. “Acho que essa experiência vai ficar marcada tanto para história da universidade, como para todos nós da Ineesol. O que a gente pode dizer é que é só o início. Nós temos uma caminhada muito grande ainda pela frente, muita coisa pra reconstruir, pra seguir em frente e já temos a confirmação da Expointer 2024, que vai começar dia 24 de agosto e vai até 2 de setembro, então a gente já vai começar a trabalhar nesta organização. Mas mais do que isso, nosso objetivo, não só nosso mas das entidades parceiras, é fortalecer as feiras de agricultores familiares no estado do Rio Grande do Sul”.

Fortalecimento da universidade junto às entidades parceiras

Para o superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Rio Grande do Sul, Milton Bernardes, a parceria com a universidade foi muito importante para o sucesso desta edição. Ao todo, o MDA investiu R$1,3 milhão na viabilização da estrutura do pavilhão, que teve 7 mil metros quadrados de área. “Foi desafiador, foi didático, foi pedagógico. Eu acho que a gente tira muitos aprendizados daqui. Agora temos que fazer uma reunião de avaliação e ver o que pode ser potencializado, porque nós já temos que pensar na Expointer de 2024. Eu acho que temos que manter essa relação, que foi muitíssimo interessante para nós com a FURG e eu acho que foi um belo aprendizado. Eu inclusive falei para o reitor Danilo que a gente pretende construir uma relação de médio e longo prazo com a FURG, algo perene”.

Também se envolveram na organização do PAF a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR/RS), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-RS), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), a Emater/RS-Ascar e a Via Campesina.

A coordenadora Márcia ressalta que a presença na feira possibilitou o estreitamento de parcerias importantes à universidade. “Tivemos uma troca incrível com os agricultores e com as entidades promotoras. Fetag-RS, Fetraf-RS, Via Campesina, SDR, Emater e MDA foram parceiros incríveis com quem a gente está fazendo novos laços com a universidade, colocando a FURG no cenário do Rio Grande do Sul. Muita gente perguntava pra nós, o que é a FURG, porque nós estamos localizados muito ao sul e aqui vem muita gente da região norte do estado, então teve uma visibilidade incrível pra universidade em todo o espaço.”

Ronaldo Santini, secretário de Desenvolvimento Rural do estado, entende que a comercialização promovida dentro do PAF estimula a valorização da cultura e da história de cada empreendimento. “Foi muito emocionante porque a gente pôde retratar e trazer aqui um pouco da história de cada família em seus produtos, o que é um sucesso, são os produtos da nossa agricultura familiar e muitos desses produtos que estão aqui estão levando não só o alimento, mas a história de superação dessas famílias”.

Segundo ele, isso só foi possível porque as entidades envolvidas na organização uniram esforços. “A gente juntou todo mundo puxando para o mesmo lado. A FURG foi importantíssima nesse processo. Se percebe que o ambiente é de evolução do estado, independente das bandeiras ideológicas ou partidárias, independente da cor do lenço ou da cor da bandeira, nós aqui vendemos agricultura familiar para todos os gaúchos”, afirma, indicando que há previsão de melhorias no Pavilhão da Agricultura Familiar para próximas edições da feira, com a ampliação do espaço, bem como a realização de outras feiras durante o ano, a partir das relações fortalecidas durante o evento.

O coordenador-geral da Fetraf-RS, Douglas Cenci, também diz que a soma dos esforços das entidades foi determinante para o sucesso da organização do pavilhão. “A participação da FURG foi essencial para que a gente pudesse ter o sucesso dessa grande feira. Percebe-se que os agricultores foram bem acolhidos, que puderam contar com uma boa estrutura e um conjunto de informações que estão disponíveis, com pessoas para orientar os agricultores, receber, prestar os serviços necessários para que eles tenham a condição de fazer um bom trabalho, expor o potencial da agricultura familiar e receber o público urbano que vem até aqui para conhecer os produtos, comprar, experimentar, levar para casa um pouco da diversidade da agricultura familiar do Rio Grande do Sul”.

Douglas reforça que essa construção não termina com o final da feira. “É um processo que continua, a relação nossa com as entidades, acho que a FURG também tem que ser proposto a fazer isso, de continuar a trabalhar na partir da economia solidária, com essa dinâmica das feiras em outros espaços, no sentido de fortalecer a agricultura familiar, para que no ano que vem a gente tenha a condição de melhorar ainda mais a qualidade dos produtos, a diversidade e que está exposto aqui no pavilhão”.

Para a coordenadora Estadual de Mulheres e diretora da Fetag-RS, Maribel Moreira, a presença da universidade junto ao PAF é fundamental. “Eu já estou aqui há uns quatro anos pela Fetag-RS e a gente tinha sempre a preocupação da universidade estar presente nesse espaço, porque o Pavilhão da Agricultura Familiar, na minha opinião, é um pavilhão diferente. Ele fala da agricultura familiar e tem essa valorização dos sujeitos do campo, sejam eles homens, mulheres, jovens, e os aposentados e as aposentadas rurais, que também são pessoas que construíram esse pavilhão”.

Segundo Maribel, a ideia é que no próximo ano a FURG possa ocupar ainda mais espaços, com a presença institucional do campus e de mais projetos em um estande voltado à educação, coordenado por ela. “Isso aproxima a universidade do público rural e do público urbano, porque a juventude hoje que está no campo precisa entender que existem oportunidades. O jovem do campo pode se profissionalizar e trabalhar na propriedade, contribuindo tanto na educação como na produção de alimentos”.

Ela também destaca a representatividade feminina trazida pela Ineesol à feira. “Como mulher eu fico muito feliz também por ter visto várias professoras mulheres aqui, algo que temos que valorizar, porque esse aqui é um espaço geralmente mais frequentado por homens e a gente está quebrando isso”.

 

 

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Faturamento chegou a quase R$ 9 milhões e é o maior já registrado

Foto: Divulgação