46ª Feira do Livro

#HeForShe promove debate de igualdade de gênero na 46ª Feira do Livro

Movimento busca a remoção de barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir o seu potencial

Photograph: Fernando Halal/Secom

Uma das atividades permanentes na programação da 46ª Feira do Livro da FURG foi o movimento #HeForShe, em português #ElesPorElas. Movimento criado pela ONU Mulheres que tem como premissa um esforço global para envolver homens e meninos na remoção de barreiras sociais e culturais que impedem as mulheres de atingir o seu potencial. O movimento está presente na FURG desde novembro de 2017 e tem princípios nos campos da educação, saúde, identidade e política.

Compondo o #HeForShe, o projeto Escola Promotora da Igualdade de Gênero, parceria do Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola (Gese) da FURG com a Secretaria Municipal de Educação e a 18º Coordenadoria Regional de Educação, desenvolve junto às escolas do município questões de igualdades sexuais e de gênero com o objetivo de contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária, que respeite e valorize as diferenças entre os sujeitos. Uma das instituições participantes do projeto, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. João de Oliveira Martins desenvolveu, a partir do projeto, a peça “Mulheres”, apresentada na última quarta-feira, 30, na Arena Cultural da Feira do Livro.

A peça foi ensaiada ao longo do último ano e apresentada em clima de manifesto visando à problemática da violência contra a mulher e a desigualdade de gênero. Com inspiração na obra “A Revolta Das Princesas”, de Celine Lamour-crochet, a peça contou com uma trilha sonora emblemática com músicas da cantora Elza Soares, que durante anos sofreu com os dramas da violência doméstica. Com participação dos alunos e professores, a peça buscou problematizar a violência contra a mulher e o alto número de feminicidios no país. “A ideia é fazer com que as mulheres criem coragem para denunciar. Porque muitos casos não entram nas estatísticas policiais porque as mulheres têm medo. Elas não sabem o que fazer e a quem recorrer”, explicou a professora Marisa Pires, responsável pelo espetáculo. “E também a nossa ideia é fazer com que os homens percebam que um não, é um não. Se eu não quero, eu não quero. Não insiste”, completou.

E se... Fosse a última quimera?

Seguindo o mesmo sentido da peça “Mulheres”, a apresentação de teatro “E se... Fosse a última quimera?” do Instituto de Educação Juvenal Miller trouxe diversas cenas de intolerância e desigualdades sociais no palco da Arena Cultural na última quinta-feira, 31. O espetáculo construído com os alunos de ensino médio junto ao professor Ernon Gaspar tratou de diversas situações cotidianas como racismo, lgbtfobia, intolerância religiosa, violência contra a mulher, assédio sexual e temas como suicídio, preconceito com deficiências físicas, entre outros.

No final do espetáculo, o diretor da peça, Ernon Gaspar, discursou sobre o descaso do governo com as escolas públicas do Estado. “Mesmo com nossos salários atrasados, a gente sem receber, isso aqui é a prova do que uma educação de qualidade, é a prova do que uma escola pública de qualidade, é capaz de fazer. A educação ainda vale a pena”, afirmou. 

 

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HeForShe promove debate de igualdade de gênero

Fernando Halal/Secom