CONFERÊNCIA INTERNACIONAL

Após quatro dias de evento, Bracis 2020 chega ao fim e reafirma importância da inteligência artificial e computacional

Com o evento, FURG celebra relevância científica para a área, em conexão com as demandas da sociedade

Creditado como o maior evento da América Latina em inteligência artificial (IA) e inteligência computacional (IC), o Brazilian Conference on Intelligent Systems (Bracis) chegou ao seu último dia de atividades da edição de 2020 nesta sexta-feira, 23.  Promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e organizado pelo Centro de Ciências Computacionais (C3), o evento deixou uma marca importante na universidade, inserindo a instituição no cenário nacional e internacional, promovendo visibilidade para as ações crescentes em inovação tecnológica produzidas na FURG.

2020: um ano importante para a FURG em inteligência artificial

De acordo com o vice-reitor Danilo Giroldo, 2020 foi um ano muito importante para a universidade no que tange à área de inteligência artificial e computacional. “Este foi o ano em que cadastramos nossa unidade Embrapii, a qual trabalha com sistemas robóticos e de automação, e, portanto, se apropria muito dos conceitos da IA”, comenta. “Também, a professora Silvia Botelho recebeu o prêmio destaque no Prêmio Pesquisador Gaúcho, na área de inteligência artificial, tema da semana nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. Nesse contexto, o Bracis coroa esse ano tão importante para a FURG nessa temática”, completa o professor.

Para Eduardo Borges, professor do C3 e um dos organizadores do evento, a realização do Bracis pela FURG é fruto da inserção da instituição no contexto nacional em inteligência artificial e computacional, não só com a crescente publicação de artigos sobre o tema, mas, agora, também com a parceria e o relacionamento que existe entre os pesquisadores da universidade e de outros centros de pesquisa e instituições de ensino superior. “Ano que vem vamos sediar outro evento também tão importante quanto o Robótica (2019) e o Bracis. O Simpósio Brasileiro de Automação Industrial trabalha robótica inteligente e inteligência de dados aplicado à automação. Com a união dessas três áreas, vamos fomentar ao máximo a pesquisa tecnológica, colocando cada vez mais a FURG no cenário nacional enquanto referência sobre o assunto”, aponta.

Durante a abertura do evento, na terça-feira, 20, o vice-reitor Danilo Giroldo, em sua fala, desejou aos participantes boas-vindas à cidade do Rio Grande, mesmo que de forma online e virtual, uma vez que as contingências da pandemia fizeram com que o evento fosse realizado desta maneira. “Rio Grande fica no extremo sul, em uma região única em que o bioma Pampa e o maior complexo lagunar da América Latina se encontram com o Oceano Atlântico, portanto é uma região de altas energias onde a FURG se estabeleceu há 51 anos”, descreveu o professor.

Para o vice-reitor, a inteligência artificial e computacional tem um papel muito importante no desenvolvimento tecnológico contemporâneo: “O crescimento e os desafios, inclusive éticos e humanísticos que envolvem o processo de desenvolvimento tecnológico relacionado à IA e IC são inerentes ao potencial e capacidade de contribuição para o desenvolvimento da humanidade, e por isso devem ser cada vez mais debatidos dentro do contexto acadêmico”, explica Danilo.

Os impactos para a universidade

Segundo Eduardo, por mais trabalhoso que tenha sido organizar o Bracis 2020, tarefa proporcionou à FURG, além da inserção no cenário nacional e internacional a respeito da discussão do tema, convites de participação para compor comissões especiais da Sociedade Brasileira de Computação (SBC).

Agora, após o encerramento do evento, o grupo da universidade que atua na área, pretende começar a submeter e criar projetos de pesquisa em parceria com essas novas conexões realizadas e estabelecidas durante a organização do Bracis 2020.

Unidade Embrapii e o fortalecimento da FURG enquanto desenvolvedor de inovação tecnológica

Com o estabelecimento da unidade Embrapii, instalada em maio deste ano, e os próprios esforços da universidade na produção e inovação tecnológica, com a Innovatio e o Oceantec, e ainda incentivo às empresas juniores, há um aumento da interação entre a FURG e as empresas do setor industrial. “Como os recursos públicos estão realmente reduzindo drasticamente nos últimos governos, a gente precisa arranjar recursos da iniciativa privada para combinar com os recursos da iniciativa pública em ordem de produzir resultados tecnológicos”, afirma o professor.

“O modelo Embrapii é realmente muito bom para isso, pois ele usa um terço do dinheiro do projeto que vem diretamente do governo federal e exige contrapartida financeira da empresa, enquanto da instituição é exigida contrapartida econômica, ou seja, horas de serviço, por exemplo”. O professor ainda avalia que o sistema Embrapii tem potencial para envolver os estudantes da universidade na geração e no desenvolvimento de inovação tecnologia, ao passo em que insere estes acadêmicos dentro das empresas parceiras, “solucionando problemas e atuando diretamente na aplicação prática dessa tecnologia”, completa.

Para o professor, devido ao destaque que a universidade vem alcançando na área – principalmente que compreende inteligência artificial -, é possível trazer os reflexos disso para dentro da unidade Embrapii iTec-FURG. “Nós fazemos, além de sistemas robóticos, também ciência de dados, que é outro nicho que cresce cada vez mais. Esse sistema utiliza de técnicas computacionais para resolver problemáticas dos mais diversos setores, como trabalhos que já realizamos em ordem de prevenir mortes em presídios com base em ciência de dados, ou, ainda, para encontrar objetos no fundo do oceano. Esse é um futuro promissor e a gente espera destacar a nossa universidade ainda mais”, conclui.