MÚSICA E DIREITOS

Grupo Três Marias celebra o Março Lilás na FURG

Espetáculo integrou diversos ritmos e provocou a reflexão do público

Photograph: Fernando Halal

O final da tarde de quinta-feira, 28, foi marcado por um espetáculo de música, ritmos, dança e reflexão sobre o empoderamento feminino. Quem esteve presente no Cidec-Sul da FURG pode conferir o talento do Grupo Três Marias, composto pelas artistas Andressa Ferreira, Gutcha Ramil, Thayan Martins e Tamiris Duarte.


Antes do show, a diretora de Arte e Cultura da FURG Debora Amaral fez a abertura do evento e convidou a reitora Cleuza Maria Sobral Dias para saudar os presentes. Após dar as boas vindas às autoridades, representantes de instituições, à comunidade acadêmica e em geral, a reitora disse que o grande espetáculo da tarde alegraria os corações. “A música eleva nossa alma e nos fortalece, e assim poderemos seguir na defesa da educação pública superior” mencionou a professora Cleuza.

Vídeo

A ocupação das mulheres nos espaços da universidade foi evidenciada na abertura do evento. Como forma de valorizar diferentes segmentos da instituição, a Secretaria de Comunicação da FURG produziu um vídeo com estudantes, terceirizadas, técnicas administrativas em educação e a gestora da universidade, que responderam à pergunta sobre o que é ser mulher na FURG. A produção foi apresentada antes do show e os depoimentos das diferentes mulheres já demonstravam o que ainda estava por vir.

 Lá vai Maria

Em um palco de fundo preto, os adereços coloridos e as saias floridas das cantoras deram o tom da apresentação. A música como movimento de resistência, fortalecimento, valorização de saberes populares e o protagonismo feminino. As artistas trouxeram sons de várias regiões do Brasil como as referências ao Bumba Meu Boi, capoeira angola, jongo, forró de rabeca, samba, afoxé e samba de coco. Já na primeira música as Marias pediram licença para os mais velhos e seus mestres e a partir disso, convidaram a todos para sentir a música. O espetáculo contou com a participação de Ìlú Akin, percursionista e dançarino nigeriano.

Entre uma canção e outra, as artistas contextualizavam as referências musicais e a história de cada letra e compositor. A mistura de instrumentos, melodia e letra fizeram o público dançar, mas também refletir sobre os dizeres cantados.

Em meio às falas, Gutcha Ramil, uma das integrantes do grupo, disse, “que esse mês nos ajude a lembrar da nossa luta: a luta pelos direitos da mulher, pela não opressão à mulher, a luta para ter o direito e o não desconforto de estar em qualquer lugar e de fazer qualquer coisa. Que isso sirva pra tudo, pra todas e todos. Que não seja uma luta limitada, mas que a gente perceba que mais que uma luta por um direito específico, é uma luta por direitos plurais. Então quando estamos aqui tocando, falando do nosso espaço, reivindicando, não estamos falando só pelas mulheres. Estamos falando por uma luta contra a opressão em todos os aspectos que a gente consegue enxergar. Que possamos nos somar e nos fortalecer para que nada nos oprima e não oprima ninguém”.

Exposição

A programação do evento incluiu ainda a exposição fotográfica “Elas na FURG, vida e trabalho”, coordenado pelo professor Marcelo Gobatto, do Instituto de Letras e Artes (ILA). Nela, servidoras do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e terceirizadas dos setores e limpeza e manutenção da FURG, foram fotografadas em seus locais de trabalho e relataram sobre a importância de sua atuação dentro da universidade. A exposição seguirá para outros espaços e também outros setores e unidades acadêmicas serão retratadas.

 

 

Gallery

Em cima do palco, as quatro mulheres do grupo Três Marias tocam seus instrumentos de percussão em um palco decorado com elementos coloridos, enquanto o nigeriano Akin canta e toca.

Grupo Três Marias no Março Lilás na FURG

Fernando Halal