Diante da atual pandemia causada pelo novo coronavírus, em geral, diversos grupos e instituições da sociedade se uniram para combater à expansão do vírus e minimizar os efeitos indiretos promovidos pela instabilidade econômica decorrente da problemática. Antes do aparecimento do primeiro caso em São Lourenço do Sul, duas professoras uniram forças e começaram a fazer a sua parte, resultando no projeto “Fazendo o Bem Não Importa a Quem”, responsável por confeccionar e distribuir máscaras em troca de um quilo de alimento não perecível, o qual será destinado para instituições e famílias necessitadas.
A professora de Filosofia e Educação Popular, do Instituto de Educação (IE) da FURG, Graziela Rinaldi da Rosa iniciou a busca por costureiras para atuação voluntária em um determinado projeto social. Durante a procura, a docente conheceu o trabalho de Lívia Accioly Menezes da Silva, designer de moda e professora na Faculdade Senac-RS, que já estava iniciando a confecção de máscaras com estudantes da sua escola de costura e modelagem.
Ao observar o potencial da ação conjunta, Graziela buscou apoio da FURG para comprar material e remunerar os voluntários envolvidos. Mais estruturado, o projeto passou a distribuir máscaras de TNT e pano para a comunidade, na medida que coletam alimentos para serem doados. Desde o começo da iniciativa, as professoras estão recebendo demandas da área da saúde, e agora buscam ampliar seus esforços para auxiliar os hospitais locais que necessitam de jalecos, uniformes e lençol para enfrentar a pandemia.
Ponto de troca
Para colaborar com o projeto e obter a sua máscara, é necessário levar um quilo de alimento não perecível até a Escola de Costura e Modelagem Santo Molde, localizada na rua General Osório, número 1743, no município de São Lourenço do Sul, com funcionamento de segunda a sexta, das 14h às 17.
Força de trabalho
O projeto conta com cinco pessoas contratadas pela universidade, 20 voluntários oriundos da Escola Santo Molde e uma voluntária estudante do curso de Educação do Campo, a qual auxilia nas trocas, cortes de tecidos e na divulgação da iniciativa nas redes sociais.
Visando abranger ainda mais o impacto de suas ações, a iniciativa conta com um estudante do curso de Agroecologia da FURG, morador da casa dos estudantes de São Lourenço do Sul, que é um dos costureiros do projeto, responsável por confeccionar as máscaras utilizadas por outros estudantes da moradia compartilhada.
O projeto buscou, ainda, encontrar uma costureira quilombola, pois, de acordo com Graziela “a ideia é atingir tanto a população da cidade, quanto do campo, especialmente as comunidades de povos tradicionais”, aponta a professora. No município de São Lourenço do Sul existem cinco comunidades quilombolas, além de comunidades pomeranas, indígenas, de pescadores, de pecuaristas e de agricultores familiares. “Com o histórico de ter desenvolvido diversos trabalhos com essas comunidades, é desejo da universidade auxiliar essas famílias com o uso de máscaras. Será entregue um manual de uso juntamente com elas”, completa a docente.
Doações
O projeto está recebendo doação de alimentos, elásticos, tecidos e linhas para contribuir com as produções em andamento. Para ajudar na captação de donativos de maneira dinâmica foi disponibilizado um canal de comunicação por meio do aplicativo whatsapp: (53) 991650370.