Alunos e professores do Centro de Ciências Computacionais (C3) da FURG estão lançando uma ferramenta capaz de organizar e compilar dados referentes à Covid-19 no estado, especialmente na cidade do Rio Grande e região sul. O dashboard – como é oficialmente chamado consiste no mapeamento regional de zonas críticas de presença do coronavírus, por meio da coleta de dados, a fim de fornecer indicadores sobre a doença como o número de infectados e a faixa etária dos enfermos. O sistema é responsável por catalogar, minerar e ilustrar os dados associados à pandemia para conhecimento público e auxílio para tomada de decisões por parte da gestão pública. Hospedado no site da prefeitura do Rio Grande, o dashboard pode ser acessado aqui.
O trabalho, realizado em parceria com a prefeitura municipal do Rio Grande, integra uma das ações da frente iTecCorona. De acordo com o professor Eduardo Borges, coordenador do projeto, a ideia da iniciativa é informar o número de casos acumulados suspeitos, confirmados e recuperados para cada cidade de análise, além de proporcionar o cruzamento dessas informações, atribuindo mais profundidade para a análise dos dados: “também trabalhamos na confecção de um conjunto de gráficos para mostrar os casos em função do tempo”, aponta.
Desenvolvimento
Com voluntários trabalhando em caráter remoto, por meio de videoconferências, os desenvolvedores da plataforma explicam que o dashboard receberá atualizações constantes, conforme novos dados forem produzidos com base nos desdobramentos da pandemia no estado. Eduardo explica que, em função disso, as fontes de dados com as quais o grupo trabalha são coletadas e atualizadas diariamente.
“Nas próximas versões do dashboard serão incluídos dados georreferenciados, destacando no mapa da cidade as regiões em que foram reportados casos suspeitos, confirmados ou recuperados”, pontua e conclui o coordenador: “esses dados serão recuperados da prefeitura, e poderão ser cruzados com a idade da população, renda e outras variáveis”.
Ao criar estes metadados, a plataforma se torna uma importante ferramenta não só de informação para a população, mas também para auxiliar a tomada de decisões por parte da gestão pública, uma vez que, ao fornecer seus indicadores, a prefeitura local poderá acionar sua própria base de dados para aprofundar ainda mais o conhecimento sobre determinada região e estipular campanhas próprias para estes locais específicos, em conjunto com a vigilância epidemiológica ou sua secretaria de saúde. “É importante destacar que quaisquer informações sobre indivíduos são preservadas, apenas a região das infecções será compartilhada”, completa Eduardo.
Atualização constante
Segundo o coordenador do projeto, seu desenvolvimento se dá de forma incremental, ou seja, em atualização constante, o que garante mais tempo para a equipe de desenvolvimento aprimorar não só os dados e seus cruzamentos, mas também a própria plataforma, adicionando características e funcionalidades. Este formato de trabalho também possibilita a correção de erros ocasionais.
O que é o iTecCorona
Em parceria com outras instituições, a FURG organizou uma frente tecnológica para atuar diretamente na criação, adaptação e construção de soluções científicas e tecnológicas para o combate e prevenção do coronavírus. O grupo do iTecCorona reúne integrantes do Centro de Ciências Computacionais (C3), Escola de Engenharia (EE), Instituto de Matemática, Estatística e Física (Imef), Parque Tecnológico – Oceantec, Incubadora de Empresas de Base Tecnológica - Inovattio, e os institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) e Sul-rio-grandense (IFSul).
A equipe foi dividida em frentes de trabalho, responsáveis por atuar de forma autônoma e auto-organizada. Essas frentes foram definidas de acordo com os tipos de desafios e demandas, observando o perfil dos voluntários. São elas: desenvolvimento de equipamentos, software, analytics, ecommerce e comunicação, além de um grupo específico responsável pela interação com a comunidade.