CONSCIENTIZAÇÃO

Transtorno do Espectro Autista: descubra ações da universidade para a acessibilidade de estudantes com a condição

Paene, Neai e a Caid promovem diferentes atividades e mecanismos para promover inclusão

Voltado para a conscientização mundial acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA), o dia 2 de abril foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) no fim de 2007. Na FURG, dois setores de referência atuam para estimular a acessibilidade e a permanência de estudantes com a condição: o Programa de Apoio aos Estudantes com Necessidades Específicas (Paene) e o Núcleo de Estudos e Ações Inclusivas (Neai).

Com a criação da Coordenação de Ações Afirmativas, Inclusão e Diversidades (Caid), em janeiro de 2021, a universidade passou a contar com um novo espaço para pensar na ampliação de ações voltadas à visibilidade de pessoas com necessidades específicas, atuando em conjunto com os demais centros de referência na instituição para promover a formação continuada em ações afirmativas para toda comunidade universitária.

De acordo com Elisa Celmer, coordenadora da Caid, cabe ao núcleo a responsabilidade de fomentar a adesão e implementação de políticas públicas de inclusão. “A Caid surge para somar-se a grupos como o Paene e o Neai, no intuito de fortalecer, ampliar e divulgar as práticas inclusivas na comunidade universitária”, declarou a gestora.

Acompanhar e apoiar: sobre o Paene

Com as demandas ocasionadas a partir do ingresso de pessoas com deficiência, e visando atender ao Programa Institucional de Desenvolvimento do Estudante (PDE) da FURG, foi implementado pela Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) o Programa de Apoio aos Estudantes com Necessidades Específicas, o Paene, em 2010. Este é o setor da universidade responsável pelo acolhimento e apoio aos discentes do espectro autista, por meio do trabalho de bolsistas que realizam o acompanhamento e apoio pedagógico aos alunos necessitados, impulsionando suas capacidades acadêmicas.

De acordo com Joice Maurell, coordenadora de Acompanhamento e Apoio Pedagógico ao Estudante - órgão ao qual o Paene é vinculado -, o programa atende, atualmente, 14 estudantes com TEA, contando com o suporte de 13 bolsistas. O trabalho desenvolvido pelo setor dispõe de três modalidades: ambiente universitário, sala de aula e, em função da pandemia, interação digital.

Entre estes estudantes atendidos estão discentes autistas em diferentes cursos, como Arqueologia, Biologia, Biblioteconomia, Direito, Engenharia Bioquímica, Física, História, Letras-Português, Letras-Espanhol e Matemática Aplicada. “Nesses cursos, já tivemos estudantes que se formaram na FURG e agora retornam para sua segunda graduação; neste ano, já recebemos o contato de um ingressante TEA na Oceanologia”, complementou a coordenadora.

“Nós ainda atendemos presencialmente quando nos procuram nas facilidades da Prae, mas, neste momento, o procedimento oficial, tanto para nós quanto os bolsistas, é via whatsapp e videoconferência. Os bolsistas, inclusive, não possuem nenhuma orientação específica para o atendimento presencial neste momento, inclusive para evitar expor os estudantes a riscos desnecessários”, explicou Joice.

Ainda segundo a coordenadora, com o retorno presencial efetivo, é possível que o número de bolsistas aumente, uma vez que os estudantes necessitam de auxílio em sala de aula e ambiente universitário. No momento, todos os bolsistas do Paene atuam no âmbito da interação digital. “Dessa forma, precisaremos repensar essas bolsas para adaptá-las ao novo contexto”, apontou Joice.

Confira no vídeo abaixo o relato de dois estudantes autistas da FURG e de um bolsista do Paene, gravados em 2021 em decorrência da mesma data alusiva.

Escuta e mediação: o Neai

Outro mecanismo da universidade para tratar questões educativas para estudantes com TEA é o Núcleo de Estudos e Ações Inclusivas, o Neai, vinculado ao Instituto de Ciências Humanas e da Informação (Ichi); coordenado pela professora Cristiane Fernandes. O objetivo é promover acessibilidade e permanência por meio de ações desenvolvidas em seus laboratórios. O núcleo existe desde 2005.

Ao todo são cinco laboratórios, mas o que estabelece maior relação com estudantes com transtorno do espectro autista é o Grupo Acessibilidade (GA). O grupo promove escutas e orientações para acadêmicos, familiares, bolsistas Paene e professores, realizando um trabalho em conjunto com o programa, além de prestar também serviços como orientações e palestras para a comunidade. É o principal braço do Neai no trabalho pela acessibilidade e permanência de estudantes TEA na instituição.

Assista, no vídeo a seguir o relato de duas experiências docentes relativas a estudantes no espectro autista, uma de sala de aula, e outra de um projeto, gravados em 2021.