INTERNACIONALIZAÇÃO

Reitor participou de evento no Chile para debater papel da educação superior no continente

Ação faz parte do Conselho de Reitores da Associação de Universidades Grupo Montevidéu

Foto: Assessoria AUGM

Aconteceu de 26 a 28 de novembro, na Universidade de Valparaíso, no Chile, a LXXXIV Sessão do Conselho de Reitores da Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM). Na ocasião, o reitor Danilo Giroldo representou a FURG durante a programação, e, também, participou ativamente da ação “Mesa de Reitores e Reitoras: o papel da ciência e da tecnologia nos desafios da educação superior latino-americana”, que integra o Seminário “Universidade, Sociedade e Estado, Rumo aos Novos Desafios da Educação Pública a Caminho da CRES +5”.

Ao lado de Giroldo, participaram também da mesa os reitores: Rodrigo Arim (Universidade da República, Uruguay); e Esther Sánchez (Universidade Nacional de Cuyo, Argentina); além do premiado professor da Universidade de Valparaíso, Ramón Latorre. A atividade foi mediada pela decana da Faculdade de Farmácia da Universidade de Valparaíso, Marcela Alviña Walker; e contou, ainda, com a presença da Ministra de Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação do Chile, Aisén Etcheverry Escudero, que após apresentar a conferência inaugural, ficou para acompanhar a sessão.

Ciência, tecnologia, e o desenvolvimento da América Latina

Em sua fala, o reitor destacou a impossibilidade de dissociar, especialmente na América Latina, ensino superior de ciência, desenvolvimento tecnológico e inovação; da mesma forma que não é possível discutir sobre o tema sem levar em consideração os avanços promovidos pela ciência e tecnologia para o processo educacional nas instituições de ensino superior. “No Brasil, a produção científica está quase integralmente concentrada nas universidades. Ainda que problematizando o uso do registro de patentes como indicador confiável do desenvolvimento tecnológico e inovação, 19 dos 20 maiores depositantes de patentes no país são universidades públicas”, proferiu Giroldo no início de sua fala.

Em seguida, o reitor traçou um paralelo cultural sobre o desenvolvimento científico no continente, que, sistematicamente, negligenciou o saber tradicional dos povos originários, ignorando também a capacidade instalada para soluções autoriais de demandas reais do território. Esse movimento, somado à importação de sistemas produtivos avançados por meio de tecnologias que não necessariamente atendiam aos problemas da população latino-americana, acabou por aprofundar a desigualdade e a exploração da mão de obra, características que marcam o continente até os dias de hoje.

“A solução de qualquer problema emergente ou urgente na sociedade contemporânea deve se dar cooperando horizontalmente: universidade, estado e sociedade; pois somente assim as respostas podem ser de fato apropriadas pelas pessoas, avaliadas e aprimoradas por elas próprias. Vontade temos todas e todos, nos falta na América Latina plataformas eficientes para praticar essa horizontalidade, bem como estabilidade política para que elas se perenizem. Não há como fixar mecanismos de cooperação horizontal entre sociedade, estado e universidades em governos fascistas; com violência crescente contra mulheres, povos originários, negros, população LGBTQIA+ e todos os grupos historicamente oprimidos. Não há avanço científico, tecnológico ou econômico sem avanço civilizatório”, declarou o reitor Danilo Giroldo durante o evento. Confira a sua fala na íntegra clicando aqui.

AUGM e a importância do grupo para o ensino superior no continente

De acordo com o secretário de Relações Internacionais da FURG, Milton Asmus, a participação do Brasil junto à AUGM é muito importante, e, tratando-se da FURG em especial, os benefícios que a rede proporciona são essenciais para não apenas o desenvolvimento de relações internacionais e ações de cooperação entre universidades, mas também, para o aprimoramento do ensino superior como um todo no continente. “A inserção na AUGM traz uma série de benefícios à FURG. Primeiro, ela disponibiliza uma série de programas de mobilidade internacional para alunos de graduação e pós-graduação, técnicos e professores por meio do programa ESCALA; além disso, o grupo nos dá a oportunidade de participar ativamente de comissões técnicas com temas específicos e em áreas de interesse estratégico para a América Latina. A FURG participa de algumas dessas comissões em áreas como a ambiental e a climática”, destacou o secretário.

Ainda segundo o gestor, o grupo possui dois núcleos de debate importantes para o desenvolvimento dessas questões acima mencionadas. Uma delas é o Conselho de Reitores e Reitoras, que possui caráter político e deliberativo; outra é o encontro de Delegados Assessores, que possui caráter operativo, do qual o secretário Asmus participa. “Os delegados assessores são as pessoas responsáveis pelo assuntos de relações internacionais de cada uma das universidades participantes do grupo”, explicou o reitor Danilo.

Em abril de 2024, a FURG receberá a Reunião anual dos Delegados Assessores, o que promoverá ainda mais o desenvolvimento da imagem institucional internacional da universidade. 

 

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