No último sábado, 10, foi realizada a construção da primeira composteira comunitária e coletiva, que receberá resíduos orgânicos produzidos por moradores do Cassino. A iniciativa é resultado do projeto de extensão ‘CompostAção: compostagem urbana, comunitária e solidária’, coordenado pela docente do curso de Gestão Ambiental, Roberta Pohren.
Para a viabilização do projeto, primeiro foram realizadas visitas às residências da região próxima para sensibilização e mapeamento de moradores interessados, em seguida, foram realizadas algumas reuniões para a apresentação do projeto, discussão das estratégias e mobilização do grupo para construção da composteira.
Sobre a compostagem
De acordo com a organização do projeto “a compostagem é algo simples, mas, poderoso, porque traz vida para os sistemas”. Pensando nisso, o grupo entende que é por meio da compostagem que espaços públicos - como praças -, podem ser transformados em "Praças Vivas" onde material orgânico, comumente descartado na maioria das residências, pode ser convertido em adubo. Esse processo é capaz de auxiliar na regeneração dos solos, além de promover vida - seja através do plantio em hortas comunitárias, ou via encontros para fortalecimento da comunidade -, e trocas entre pessoas interessadas em contribuir com sua saúde e saúde planetária.
Ainda segundo informações da coordenação do projeto, considerando que o perfil de geração dos resíduos domésticos no Brasil é de aproximadamente 50% composto por resíduos orgânicos, por meio da compostagem é possível desviar dos aterros sanitários grande volume do que hoje é descartado. Esses resíduos misturados com rejeitos domésticos, quando vão para os aterros, produzem grande volume de gases como CH4, de alta potencial danoso, como gás de efeito estufa, interferindo em dinâmicas de alteração climática. Sendo assim, a prática da compostagem é uma importante ferramenta para a diminuição do impacto ambiental.
Além disso, com base em dados divulgados pelo grupo, os contratos envolvidos na destinação dos resíduos sólidos urbanos (RSU) são bastante expressivos. Atualmente, as cargas de RSU não seletivas geradas em Rio Grande precisam ser transportadas por mais de 200 quilômetros até o município de Candiota para disposição final em Aterro licenciado. De acordo com contrato público entre o município do Rio Grande e a atual empresa contratada para prestação de serviço estão estimadas 6.600 toneladas/mês de resíduos a serem transportados e destinados, com valor estimado mensal de R$ 719.400,00. Assim, considerando custos de orçamento, volume de combustível queimado, gases emitidos e impactos associados ao aterramento de resíduos, estratégias de gerenciamento de resíduos sistêmicas são urgentes.
Quem participa da ação?
Neste momento específico do projeto, foram atendidos os moradores do entorno da praça pública localizada na frente da escola Wanda Rocha no Cassino. A intenção é que outras composteiras comunitárias sejam construídas em outras praças e condomínios do município de Rio Grande, estimulando toda comunidade - direta e indiretamente -, a se engajar e dar continuidade ao projeto, levando seus resíduos orgânicos e auxiliando na operação das composteiras ao longo do tempo para obtenção do composto final/adubo a ser utilizado em hortas, jardins, etc. regenerando solos e promovendo vida.