ZONA COSTEIRA

Instituto de Oceanografia lidera rede nacional de observação e monitoramento oceânico

ReNOMO realiza a coleta e o controle de qualidade de dados meteo-oceanográficos oriundos de plataformas locais e remotas

A Rede Nacional de Observação e Monitoramento Oceânico (ReNOMO) foi formada a partir da aprovação na chamada pública CNPq/MCTI/Finep 062/2022 para projetos de sistemas de observação e monitoramento oceânico relacionados ao Sistema Global de Observação dos Oceanos Global – Brasil (GOOS-BR). Com recursos da ordem de R$ 6 milhões, a ReNOMO iniciou suas atividades em 2023.

A Rede tem entre suas atividades a coleta e o controle de qualidade de dados meteo-oceanográficos oriundos de plataformas locais e remotas. Além disso, a Rede será responsável pela distribuição gratuita de dados e produtos oceanográficos nacional e internacionalmente. Um dos objetivos da Rede é disseminar a importância da observação e monitoramento dos oceanos e zonas costeiras para a sociedade.

Diversos programas de observação e monitoramento do Oceano Atlântico Sul e Tropical do âmbito do programa Sistema Global de Observação dos Oceanos Global – Brasil (GOOS-BR) e de outras iniciativas fazem parte da Rede. Participam da ReNOMO os seguintes sistemas de observação e monitoramento oceânico: PIRATA, PNBOIA, GLOSS-Brazil, MOVAR, REMO, SiMCosta, Estações Meteorológicas Costeiras, MePrO, Projeto Azul e Eco Veleiro, contando com mais de 100 pesquisadores de 31 instituições brasileiras.

Ações transversais estão previstas nas atividades da Rede, como a criação de subredes de instrumentação e melhores práticas de observação e de previsão oceânica para contribuir para a melhoria da qualidade dos dados coletados e da infraestrutura de suporte às atividades de pesquisa e uso de dados e produtos. A Rede visa incentivar a comunidade científica e o setor privado para o desenvolvimento e a inovação rumo à autossuficiência tecnológica em equipamentos oceanográficos e o avanço do país em relação à autonomia da previsão oceânica.

A ReNOMO está estruturada em plataformas de observação (autônomas, remotas, fixas e móveis) que possuem gestão técnico-científica especializada e descentralizada. Para atender a uma antiga demanda do país, serão instaladas boias instrumentalizadas na região norte e nordeste a fim de ampliar o esforço observacional no país. Será desenvolvida uma plataforma digital específica para disponibilizar os dados científicos e produtos gerados pela ReNOMO de forma gratuita e acessível.

Cursos serão oferecidos na área de instrumentação oceanográfica, análises de dados meteo-oceanográficos e modelagem acoplada oceano-atmosfera, especialmente para estudantes das regiões Norte e Nordeste, ampliando a mobilidade acadêmica e a colaboração entre os programas de pós-graduação do país. Além disso, serão realizados workshops para integração e consolidação do conhecimento gerado, com a participação do setor público e privado.

Segundo Carlos Garcia, professor do IO-FURG e coordenador do projeto, “a ReNOMO é o projeto piloto da rede observacional e de monitoramento dos oceanos e zona costeira do Brasil do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (Inpo), instituição privada sem fins lucrativos, já qualificada como organização social pelo governo federal”.