Com programação gratuita e voltada para a temática do empreendedorismo e da inovação tecnológica como mecanismo de desenvolvimento, o UP – Unindo Perspectivas 2021 aconteceu de 17 a 19 de novembro. A iniciativa abordou uma série de questões que orbitam a temática, passando por inovação, criatividade, tecnologia e perspectivas para o futuro. O encerramento do evento coincidiu com o encerramento da Semana Global do Empreendedorismo em Rio Grande, momento no qual 14 startups apresentaram suas soluções inovadoras.
Pitchday
Durante o último dia de atividades, as startups do Parque Científico e Tecnológico da FURG (Oceantec) e da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da FURG (Innovatio), apresentaram suas soluções inovadoras e serviços para os presentes. De acordo com o coordenador do Oceantec, Artur Gibbon, o momento de troca entre as empresas e a sociedade é muito importante.
“É de extrema importância que a comunidade rio-grandina conheça essas empresas e descubra esse movimento que vem crescendo nos últimos anos. É importante que ela possa se identificar com esses serviços e também observar esse movimento que vem acontecendo de forma intensa”, destacou Gibbon.
Outro momento especial durante o encerramento do evento foi o marco da primeira graduação da Innovatio. Na ocasião, três empresas finalizaram seu ciclo de incubação e agora passam a ser pós-incubadas, além de receber a oferta de operar junto ao Oceantec. “Das três empresas, uma vai se estabelecer em Pelotas, as outras duas ficarão no parque tecnológico; mas essa graduação também é importante porque mostra o amadurecimento do ecossistema de incubação da Innovatio”, complementou Gibbon.
Para o coordenador de empreendedorismo e incubação de empresas da FURG, Aléssio Almada, o momento faz parte da constituição e desenvolvimento de startups, que, consigo, trazem junto com a proposta não apenas a geração de emprego e renda, mas também, o adicional de pensar soluções inovadoras para a solução de problemas reais da cidade e região. “Quando uma startup nasce, ela já se constitui em um modelo de negócios que vislumbra a geração de valor a partir da resolução de uma demanda presente no ecossistema em que ela se insere”, explicou o coordenador.
O impacto das startups na região
De acordo com Alessio, geralmente quando se tem startups nascendo na região, seus olhos estarão apontados para problemas da região, para que não apenas seja concebida uma solução para o problema, mas para que também a solução seja testada, aprimorada e consequentemente validada, junto à situação real que ela se compromete a mitigar. “A partir do momento que esses testes forem cada vez mais aprimorados e os resultados forem mais afinados, mesmo que de forma indireta, os impactos positivos são sentidos no município. É nesse ponto de amadurecimento que as startups passam a expandir sua área de cobertura”, disse o coordenador.
Geralmente inseridas no mercado B2B, ou seja, negócio para negócio, os clientes majoritários das startups são outras empresas. “Em um contexto geral, as soluções promovidas pelas startups melhoram o ambiente para que outras empresas se desenvolvam, por meio do aporte de ferramentas, instrumentos e condições. Ao fazer isso, o impacto dessas inovações é sentido no ecossistema como um todo”, complementa Alessio.
Em seguida às apresentações, duas palestras foram ministradas. A primeira, com Guilherme Marzol, debateu sobre a inovação no mercado gastronômico, imaginando panoramas e traçando perspectivas de futuro para a tecnologia no ramo de restaurantes; a segunda, por sua vez, abordou a temática da educação 5.0, com Luana Porto.
Comunidade de startups: Ocean Valley
No fim do dia, durante uma reunião, foi lançada a iniciativa Ocean Valley, no intuito de formar uma comunidade de startups alinhadas em parceria para ações conjuntas. “A iniciativa segue exemplos de outros valleys existentes no Brasil e no mundo”, pontuou Alessio. Segundo ele, a inserção do município em uma região costeira promove uma série de problemas reais e abre uma parcela do mercado e do arranjo produtivo local para o trabalho dessas possíveis soluções.
“Temos várias soluções dentro da Innovatio que trazem esse DNA da economia do mar. Em Rio Grande temos o setor portuário, o distrito industrial no mesmo setor, e isso também afeta a questão turística, que se dá perto, próximo ou ligado ao ecossistema costeiro e oceânico”, justificou o coordenador.
Segundo Alessio, uma universidade como a FURG gera invenções e muitas inovações, e o ciclo ao qual pertence esse processo só se completa quando a inovação sai dos muros da instituição e é posta em uso pela sociedade por meio do mercado. E entre tantos resultados, a criação dessa comunidade incentiva ainda mais a presença das startups junto à comunidade rio-grandina.