ISOLAMENTO SOCIAL

Projeto Entre Elas promove webconferência sobre masculinidades em trabalho remoto

Inscrições já estão abertas para o novo encontro, que acontece no dia 25

Idealizado e organizado por servidoras da Pró-reitoria de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas (Progep), o projeto Entre Elas: uma reflexão sobre os impactos do trabalho remoto na vida das mulheres da FURG realiza a sua terceira ação no próximo dia 25 de setembro.

A webconferência "Homens e mulheres em trabalho remoto: um bate-papo sobre as masculinidades", em parceria com o GESE e Ouvidoria, acontece a partir das 15h, pela plataforma Mconf, para quem estiver inscrito. As inscrições já começaram e podem ser feitas através deste link. Os painelistas serão Ailton Dias de Melo e Juliana Lapa Rizza.

A psicóloga Aline Castro Coutinho fará a mediação da sala no dia 25. É ela quem explica o projeto Entre Elas. "É um trabalho idealizado por mulheres que identificaram a necessidade de um espaço para acolhimento, escuta, reflexão e interação entre servidoras da FURG. Necessidade esta que ficou mais evidenciada neste período de pandemia e trabalho remoto que estamos vivendo, onde a demanda das mulheres com questões relacionadas ao trabalho, cuidados com filhos e/ou casa, aumentou significativamente", comenta. "Por meio de proposição de temas que estejam relacionados ao contexto das mulheres Universidade, buscando formas de estimular o autocuidado, e contando com a colaboração de profissionais de diversas áreas, demos início ao nosso projeto e percebemos, ao longo dos encontros, a necessidade de integrar os homens em alguns momentos, já que acreditamos que a presença das masculinidades e feminilidades pode enriquecer o espaço de reflexão, transformação e integração", completa Aline.

"Homens e mulheres vão produzindo seus modos de ser e estar na sociedade, suas masculinidades e feminilidades, respectivamente, a partir de contextos históricos, sociais e culturais. Sendo assim, o que é ser homem e mulher nos anos 2000 – século 21 – é completamente diferente dessa produção das décadas de 20, 40, 60, do século 20, e assim sucessivamente", defende a professora Juliana Rizza. "No entanto, é importante destacar que esses discursos produzidos ao longo da história sobre os homens, como por exemplo: a força; não demonstrar sentimentos; ser o provedor da família, assim como sobre as mulheres, tais como a delicadeza; o cuidado com o lar e os/as filhos/as; a responsabilidade com o cuidado da alimentação da família, entre outros aspectos, vão interpelando tanto homens quanto as mulheres - mas tem possibilitado que as mulheres venham sendo produzidas como as responsáveis pelo espaço privado, a casa. Em contrapartida, os homens também produzem e são produzidos por esses discursos, visto que se são 'compromisso das mulheres' os aspectos acima mencionados, consequentemente, não são atribuições dos homens e assim a produção de feminilidades e masculinidades estão inter-relacionadas. Torna-se importante então problematizar ambos os processos a fim de que possamos pensar acerca das implicações dessas produções de masculinidades, que ecoam e estão imbricadas na produção de feminilidades, tendo como foco o cenário atual, de trabalho remoto, vivenciado a partir da pandemia e isolamento social. Cabe destacar ainda que tanto os homens quanto as mulheres estão sofrendo os efeitos da pandemia, embora os índices apontem pautas específicas, como a violência contra a mulher, o cuidado com a casa e os/as filhos/as. Os homens também estão vivenciando situações que necessitam ser colocadas no foco para discussão, e por esse motivo o debate torna-se tão importante", argumenta.

Os painelistas

Ailton Dias de Melo é doutorando em Educação e mestre em Educação pela Universidade Federal de Lavras. Especialista em Psicopedagogia Institucional pela Faculdade de Educação de São Luís. Possui também graduação em Psicologia, licenciatura em História e bacharelado em Filosofia.

Juliana Lapa Rizza
Pós-doutora em Educação em Ciências (Associação Ampla FURG, Ufrgs e UFSM), doutora em Educação Ambiental pela FURG e mestre também em Educação Ambiental pela FURG. Atualmente é professora adjunta do Instituto de Educação da FURG e integrante do Grupo de Pesquisa Sexualidade e Escola (Gese/FURG). É representante da FURG junto ao comitê gaúcho impulsor do movimento HeForShe da ONU-Mulheres.

Cartaz