Composta por duas modalidades, a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) é uma das principais atrações da Robótica 2019. Na oportunidade, reúnem-se em torno da competição, aproximadamente cinco mil equipes, de todos os estados e regiões do país. O torneio reúne prática e teoria, para proporcionar condições mais iguais tanto para competidores de escolas que já têm contato com a robótica educacional quanto para competidores que não tem contato com a área. Às vésperas do começo da olimpíada, os times participantes passaram a manhã desta quarta-feira, 23, realizando as alterações necessárias em termos de montagem e programação para disputar o primeiro lugar na competição.
De acordo com Gabriel Marques, de 15 anos, este momento é vital para fazer os ajustes que podem conceder o título para os competidores. “Estamos testando os obstáculos agora. Lá no nosso colégio temos uma pista, e aqui, existem algumas diferenças determinantes. Então, chegando na competição, temos essa etapa de aquecimento para conhecer melhor os obstáculos e realizar as alterações necessárias, principalmente em termos de programação”, apontou o estudante do Colégio Militar de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
A competição
Com a premissa de “resgatar vítimas”, os robôs autônomos precisam ser montados e programados para resistir e superar condições adversas, como a confecção irregular dos terrenos, os quais envolvem diversas subidas e descidas, com e sem obstáculos. A competição, por sua vez, possuí três níveis, no entanto, apenas os níveis 1 e 2 participam da olimpíada nacional, sendo o nível 0 exclusivo para a etapa regional/estadual do evento. O nível 1 é destinado para estudantes de 1º a 8º ano do Ensino Fundamental, sendo o nível 2 destinado para estudantes de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental e todos os anos do Ensino Médio ou Técnico.
Além dos obstáculos e o tamanho da pista ser diferente entre os níveis, os competidores de nível 2 concorrem à vaga na etapa internacional da Robocup, outra competição que acontece junto ao Robótica 2019.
“Esperamos que nossa estratégia dê certo em relação as rampas. A maioria dos outros robôs descem rápido demais, perdendo um pouco de controle. Nós conseguimos colocar um freio nesse movimento, garantindo mais controle e eficiência na execução do movimento. Isso está dando certo, e é o nosso diferencial”, afirma Gabriel.
Já para Alice Resende, de 15 anos, o foco está na tentativa “tem que ter bastante foco, mas é preciso aproveitar as inúmeras tentativas hoje para que todo o trabalho possa dar certo amanhã”, afirma a estudante da Escola Estadual Afonso Pena Júnior, de São Tiago, Minas Gerais.
Alice e sua equipe – Café-Com-Byte – chegaram às 5h de hoje em Rio Grande, “chegamos, tomamos um banho e viemos para cá, começar as alterações necessárias”, explicou a jovem. Estando em uma das poucas escolas públicas da competição, a estudante reconhece as dificuldades de fazer robótica na atual conjuntura educacional: “temos poucos recursos, e por isso temos que fazer muito com o que temos disponível, principalmente no improviso. Em função disso, nosso diferencial é mesmo na programação, e não na montagem”, coloca.
Para Júlio Cesar, de 17 anos – também da equipe Café-Com-Byte -, a grande importância em participar deste evento está em ganhar conhecimento sobre o tema. Para Alice, a importância de participar da OBR 2019 está muito mais ligada com representatividade do que qualquer outro tema: “Eu acho que é muito importante estar aqui, isso representa um diferencial para a nossa escola. Nós somos uma das poucas escolas públicas aqui, e isso quer dizer muito sobre onde queremos chegar e como podemos fazer um ótimo trabalho mesmo sob condições desiguais para com outros participantes”, confirma e completa “Precisamos também agradecer a prefeitura de nossa cidade, que nos ofereceu um grande suporte para estar aqui agora”.
A competição começará amanhã, 24, a partir das 8h, no ginásio da universidade.