Thaís Lemos é baixista, compositora e graduanda em Música – Licenciatura pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), mas acima de tudo ela é uma mulher negra, que enxerga o seu trabalho como um ato político. A reprise da apresentação da artista no Janela Musical desta semana encerra a temporada do projeto, que promete retornar em 2021. Para conferir, acesse a página da FURG no Facebook no sábado, às 20h30.
Nascida em Pelotas e criada em Rio Grande, Thaís se vê como fruto de projetos de política pública, pois seus primeiros contatos com música foram na escola, através do projeto de extensão TóCaic, no Caic/FURG. Seu trabalho e estudos são influenciados pelas vertentes da música afro-brasileira e pelo jazz, perpassando por diversos outros gêneros da cultura negra mundial.
Integrando o projeto TóCaic desde a adolescência, teve contato logo cedo com o ensino e aprendizagem musical, com a prática musical em conjunto e com o ato de compor. Tocou em vários eventos, inclusive alguns deles organizados pela FURG, e isso lhe deu intimidade com o palco e mais estímulo para apostar em suas composições. Foi através do projeto TóCaic que ela pôde ter contato com o baixo - Thaís acabou se apaixonando pelos graves do instrumento e hoje tem como maior referência musical a baixista norte-americana Esperanza Spalding.
Começou a aprender a tocar o instrumento sozinha - na época com um baixo emprestado pela Big Band, a banda sinfônica da FURG - junto aos estudos desenvolvidos no violão com o educador musical Cleiton Oliveira. Ainda morando em Rio Grande, participou da banda de mulheres compositoras Vulvaê, ao lado de Paola Kirst, Luciana Lima, Laura Bastos e Roberta Cadaval. Em 2017, passou para o curso de Música – Licenciatura e se mudou para Pelotas. Participou de projetos culturais independentes como a companhia teatral Filhas de Tereza e o grupo de compositores Coletivo Horta. Atuou como contrabaixista no Programa de Extensão em Percussão da UFPel (Pepeu) e no Projeto CordaSul – Ensino Coletivo de Cordas UFPel.
Hoje, Thaís trabalha como professora no cento de educação musical Willian Kinka. Vem desenvolvendo o seu projeto autoral intitulado Guardiã̃, que tenta trazer por meio de canções, de poesias e de músicas instrumentais a importância da mulher negra dentro da sociedade brasileira. Para o Janela Musical, ela trará parte do trabalho que começou a desenvolver durante a pandemia, um repertório voltado para as redes sociais, onde apresenta conteúdo audiovisual de releituras de músicas através do baixo. Ela também mantém um canal no YouTube, onde compartilha versões para canções de nomes como Beyoncé e Nina Simone.
Janela Musical
A FURG, por meio da Secretaria de Comunicação (Secom) e da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proexc), promove um encontro cultural, aos sábados, intitulado Janela Musical. A atividade visa oferecer alternativas artísticas culturais que podem ser apreciadas a distância por meio da internet. A iniciativa também busca valorizar e difundir o trabalho de músicos da região sul.
