O Coletivo de Estudantes Indígenas da FURG publicou um pronunciamento oficial sobre o Abril Indígena. Confira abaixo a nota na íntegra.

Comunicado sobre Abril Indígena

O Coletivo de Estudantes Indígenas da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) informa que, diante dos últimos acontecimentos, como a greve dos técnicos-administrativos e da comunidade docente, não realizará nenhuma ação no mês de abril, o tradicional Abril Indígena.

Recentemente o Coletivo Indígena da Furg perdeu um de seus pilares, nossa companheira de luta Jaqueline Tedesco ancestralizou. Jaqueline pertencia a dois povos indígenas, o Kaingang (metade Kainhru) e o Guarani. Cada povo indígena lida com o luto de uma maneira; na cultura Kaingang, por exemplo, quando perdemos um Kainhru ficamos em luto e em orações por 14 dias, para que o espírito da pessoa faça uma boa passagem para a terra sem males. Maior do que a nossa indignação com o ocorrido com nossa parenta é a admiração e o respeito que temos por ela como uma jovem liderança. Por isso nos calamos por um mês.

Este ano o coletivo irá trabalhar com a ideia de Abril Indígena o ano inteiro, para quebrar a prática de uma ação cronológica, que evidencia por meio de uma única data algo que é presente sempre, pois uma luta árdua e cotidiana deve ser lembrada o ano inteiro.

Portanto, as ações do Abril Indígena acontecerão ao longo do ano, nos mais variados cursos que tenham estudantes indígenas, respeitando o calendário letivo face ao movimento de greve docente e de técnicos-administrativos.